A leitura do acórdão de Andoni Zengotitabengoa passou para as 15:00, porque as televisões solicitaram a entrada na sala de audiências de câmaras, o que foi, esta manhã, autorizado pelo juiz.
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Ao entrar na sala de audiências, o arguido levantou os dois punhos (algemados) em direcção ao grupo de bascos e de familiares que veio às Caldas da Rainha dar apoio a Andoni Zengotitabengoa.
O alegado activista basco foi recebido com palavras de apoio na língua euskera: «o povo está contigo» e «ânimo», duas das frases gritadas esta manhã quando a carrinha celular se colou à porta do tribunal para que Andoni pudesse sair sem ser visto.
Este julgamento, que vai na 8ª sessão, começou hoje com a apreciação pelo colectivo de juízes do "protesto" do advogado de defesa que contesta o pedido do Ministério Público, que solicitou durante as alegações finais o agravamento da acusação.
Para o Ministério Público, estamos perante um crime de apoio e adesão a organização terrorista, um crime punido com um pena até 15 anos de prisão.
Quando foi preso, Andoni Zengotitabengoa foi acusado de furto qualificado, falsificação e posse de arma proibida e, de acordo com a defesa, é só sobre isso que o tribunal deve produzir sentença, caso contrário é preciso escutar mais testemunhas.
O advogado do arguido, José Galamba, já disse que tem uma lista de 13 nomes para serem escutados, incluindo investigadores da Policia Judiciária, agentes da GNR, o director da PJ, Almeida Rodrigues e o Comandante Geral da GNR, General Newton Parreira.
Uma ideia que o juiz-presidente Paulo Coelho não aceita, porque «não se vislumbra qual seria a utilidade da audiência de mais testemunhas».
De acordo com este juiz, «todos os factos que constituem objecto do processo foram exaustivamente discutidos na audiência, através não apenas de meios de prova apresentados pela acusação mas também os requeridos pela defesa».
Perante este despacho, e depois de analisar um outro requerimento que solicita a presença de câmaras de televisão no inicio da sessão, o juiz marcou para as 15:00 a leitura do acórdão de modo a que os operadores de câmara possam entrar na sala do tribunal.
O tribunal das Caldas da Raínha foi rodeado de fortes medidas de segurança, com a presença do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais, de policias com cães e de carros para impedirem as comunicações móveis dentro do perímetro da Praça 25 de Abril.