Pinto da Costa celebrou êxitos desportivos em 2020. Mas o ano e a Covid significaram também a perda de um amigo muito próximo, Reinaldo Teles. Elege como figuras do ano os profissionais de saúde.
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Em circunstâncias normais, este teria sido um grande ano para Jorge Nuno Pinto da Costa. O FC Porto conquistou o campeonato nacional e fez a dobradinha derrotando o Benfica na final da Taça de Portugal (2-1 em Coimbra); em junho, foi reeleito presidente do FC Porto com 68,65% dos votos para o 15.º mandato à frente do clube; neste final de ano, a equipa azul e branca é a única portuguesa entre as dezasseis que continuam na Liga dos Campeões. Mas a Covid-19 sobrepõe-se a tudo.
Quase a completar 83 anos de idade (28 de dezembro), o líder do dragão há 38 anos - sendo, por larga vantagem, o presidente de clube do mundo com mais títulos conquistados - explica em exclusivo para a TSF, como viveu este ano de pandemia: "Eu tenho vivido esta tragédia, que é autenticamente assim que se deve classificar a pandemia que atingiu o mundo, da mesma forma que todos os portugueses. Com preocupação, com alteração das regras de viver, com limitações daquilo que é o nosso dia-a-dia".
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A morte de Reinaldo Teles
O presidente portista assume que sentiu "na pele os seus efeitos com a perda de um grande amigo e grande dirigente, um grande companheiro de muitos anos que foi o Reinaldo Teles".
"Não posso dizer que tenha sido um tempo fácil ou bom." Reinaldo Teles faleceu, vítima do coronavírus, a 25 de novembro, o mesmo dia em que partiu do mundo dos vivos o futebolista Diego Armando Maradona.
2020 foi, para o presidente portista, "um tempo de muito sacrifício, de muita luta, porque não podemos deixar de trabalhar. Com o medo da morte, não podemos deixar de viver. Temos de viver. Cumprir as nossas obrigações, procurar ser útil aos outros". Assim tem acontecido, na opinião do líder do FC Porto, com "a maioria dos portugueses, que assim têm passado este tempo".
"Os profissionais de saúde têm sido fantásticos"
Em relação à figura ou figuras que distingue no ano que vai terminar, Pinto da Costa não teve dúvidas: "São os profissionais de saúde. Os médicos, os enfermeiros, as enfermeiras, têm sido fantásticos". O líder portista traz na sua escolha a própria vivência pessoal: "Eu, pelas passagens que tive em hospitais, duas ou três vezes, fiquei com uma profunda admiração pelos profissionais de saúde, nomeadamente pelos enfermeiros e seus auxiliares".
O presidente do FC Porto elogia o setor da saúde, mas não deixa de criticar quem por ele melhor deveria zelar: "A forma como eles trabalham, a forma como eles se dedicam ao próximo, a forma como eles, em silêncio, ouvem até muito disparate de pessoas que deveriam cuidar deles mas se preocupam mais em falar, em aparecer, em ter protagonismo do que em defender os profissionais de saúde,... Por isso o meu apreço, o meu relevo, a minha grande admiração, é para os profissionais de saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros".
(Amanhã: a realizadora Ana Rocha de Sousa)