"Série de trapalhadas." CDS não compreende como Governo escolheu militar para liderar SEF
João Almeida sublinha que é óbvio para qualquer pessoa que conheça a estrutura da Administração Interna que uma polícia civil não deve ser liderada por um militar.
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O CDS, sem pôr em causa a competência profissional do tenente-general Botelho Miguel, ex-comandante da GNR, não consegue perceber como é que Eduardo Cabrita escolheu um militar para liderar uma força policial civil como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Luís Francisco Botelho Miguel foi anunciado esta sexta-feira pelo ministro da Administração Interna como sucessor de Cristina Gatões à frente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o que de imediato causou indignação do sindicato por se tratar de um militar.
João Almeida, deputado do CDS, sublinha que é óbvio para qualquer pessoa que conheça a estrutura da Administração Interna que uma polícia civil não deve ser liderada por um militar.
"Isto são uma série de trapalhadas de um ministro que está de cabeça perdida a tentar salvar a sua posição. Algo que neste momento, para nós, não tem salvação possível. É óbvio, para qualquer pessoa que tenha passado pelo Ministério da Administração Interna, que a nomeação de um militar para uma força ou serviço de segurança civil é matéria de polémica", explicou à TSF João Almeida.
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O deputado também notou que no anúncio que foi feito por Eduardo Cabrita ao início da tarde desta sexta-feira, sobre o novo diretor do SEF, o ministro da Administração Interna sublinhou que a escolha teve luz verde do primeiro-ministro.
"Qualquer coisa que o ministro agora faça tem de envolver o nome do primeiro-ministro porque o próprio tem consciência da fragilidade que neste momento o atinge. Isto é muito negativo para o sistema de forças e para as forças e serviços de segurança portugueses, que precisam de estabilidade", acrescentou o deputado do CDS.
Já o PAN não vê qualquer problema nesta escolha, mas Inês de Sousa Real, líder parlamentar, espera que este seja apenas o início.
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"Não rejeitamos esta possibilidade na medida em que existem outras instituições, como por exemplo as polícias municipais que são muitas vezes dirigidas ou por elementos da PSP ou da GNR. Estamos a falar de uma mudança que há muito, do ponto de vista estrutural, se impunha. Pelo menos já estamos aqui numa viragem no começo, sem prejuízo de outras responsabilidades e mudanças que, no nosso entender, não se esgotam nesta nomeação", afirmou Inês de Sousa Real.
Contactado pela TSF, o PSD não quer comentar, para já, a escolha do Governo.
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