Mesmo com todo o trabalho de substituição de vegetação e de construção de vias, os sinais de devastação persistem, sobretudo, em Manteigas, um dos concelhos que fica dentro do Parque e que foi afetado pelos incêndios do ano passado.
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O incêndio de agosto do ano passado destruiu um quarto da área do Parque Natural da Serra da Estrela, ou seja, 21 mil hectares de terra, tornando-se no maior fogo a afetar aquela mancha verde desde 1975. No Dia Europeu dos Parques Naturais, a TSF quis saber como estava a correr a recuperação do Parque.
Fátima Reis, diretora regional do centro do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), diz que, além da substituição da vegetação, prosseguem os trabalhos de construção de vias, ou seja, espaços totalmente "carecas", cuja missão é impedir a progressão das chamas. Ainda assim, o receio de que o Parque seja de novo consumido pelas chamas persiste.
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Fátima Reis acrescenta que, mesmo com este trabalho, os sinais da devastação persistem, sobretudo, em Manteigas, um dos concelhos que fica dentro do Parque. O verde deu lugar ao castanho e a área ardida é tão grande que ainda não foi possível vender a madeira em hasta pública para ser depois cortada. A responsável diz ainda "que a plantação começará em outubro deste ano e vai prolongar-se até março de 2024, assim como na reflorestação serão privilegiadas as espécies autóctones como teixos, árvores folhosas e algum pinheiro bravo".
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O próprio Instituto de Conservação da Natureza e Florestas dispõe de um grupo especializado de sapadores de bombeiros com cerca de 90 elementos, bem como de máquinas de arrasto para prevenir e participar no combate a incêndios no Parque.
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A par das medidas de prevenção e reflorestação, o Parque da Serra da Estrela foi alvo de um trabalho de reforço dos solos imediatamente a seguir à ocorrência dos incêndios de agosto de 2022. Todas as intervenções foram previstas no contrato que foi assinado entre os municípios afetados, o ICNF e o Governo, num total de oito milhões de euros. Um contrato que deverá estar concluído no final deste ano, exceto no que diz respeito à recuperação das estradas afetadas, cujas obras deverão transitar para 2024.
O fogo de 6 de agosto de 2022 no Parque Natural da Serra da Estrela abrangeu territórios de seis concelhos, quatro dos quais dentro do Parque: Celorico da Beira, Gouveia, Guarda e Manteigas. .