Da Lourinhã a Oeiras são mais de 70 as lojas do cidadão que, a partir de 3 de junho, passam a tratar de revalidar, substituir ou duplicar a carta de condução. Avalanche de ingleses e brasileiros esgotaram a capacidade do IMT de Lisboa.
Corpo do artigo
Será o fim das longas filas de espera que já se tornaram parte da paisagem na Avenida Elias Garcia? "Não sei, pelo menos deverão diminuir...", responde hesitante a diretora regional do IMT de Lisboa e Vale do Tejo.
Maria Amaro confessa que todos os dias quando chega ao trabalho se depara com o resultado da falta de pessoal no IMT, "a fila já dá a volta ao quarteirão, as pessoas insistem em ir para lá muito cedo". Às vezes, quando as portas abrem já estão mais de 300 pessoas à espera.
O Brexit, os brasileiros e os TVDE
O espaço de Lisboa já era o único para atender alguns pedidos de todo o distrito de Lisboa, mas a avalanche de pedido de troca de cartas estrangeiras esgotou definitivamente a capacidade do serviço.
"No primeiro trimestre de 2018 tivemos 2.463 pedidos, mas no primeiro trimestre deste ano já foram 4.235", conta Maria Amaro. São muito os brasileiros que tentam a sorte em Portugal e também há muitos ingleses a pedirem carta de condução portuguesa por causa do Brexit.
Outra novidade que esgotou a capacidade de atendimento foi a nova legislação para os táxis das plataformas eletrónicas, "já emitimos perto de 5 mil licenças", refere a diretora regional do IMT. Só em Lisboa.
Mais de 70 balcões para tratar da carta
A partir de dia 3 de junho, todos os espaços do cidadão de todos os concelhos de Lisboa passam a tratar da revalidação, de duplicados e da substituição de cartas de condução. E atenção que estes são serviços que deixam de ser prestados pela delegação regional do IMT de Lisboa, agora só mesmo pela internet ou nas lojas do cidadão. Já os cidadãos estrangeiros, "todos os que não têm B.I. nem Cartão do Cidadão", esses continuam a ter de ir ao serviço central.
Distribui-se o atendimento por mais de 70 balcões, os espaços do cidadão, mas também há algum reforço de pessoal. Foram contratados 10 funcionários para Lisboa e outros 10 para o Algarve onde a situação, "também é caótica". Maria Amaro desabafa que gostaria de ter ficado com uma bolsa de candidatos para posteriores contratações, mas em Lisboa "só se candidataram 10".