As comemorações oficiais dos 39 anos do 25 de Abril começaram hoje às 10h00 na Assembleia da República com a tradicional sessão solene. À tarde, há várias manifestações por todo o país.
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A "Trova do vento que passa" interpretada pelo grupo de Coimbra "Capas Negras" abriu hoje a sessão solene comemorativa do 39º aniversário do 25 de Abril, na ausência do autor da letra, o histórico socialista Manuel Alegre.
No final do tema musical símbolo da resistência, convidados e deputados trautearam o refrão, interpretado por uma formação musical de Coimbra, que inclui o deputado do PSD Nuno Encarnação.
Na bancada do Governo, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, é dos poucos elementos do executivo com um cravo vermelho ao peito, tendo o ministro da Educação, Nuno Crato, igualmente a flor da revolução na lapela. Nas bancadas de todos os partidos, com exceção do CDS-PP, podem ver-se deputados envergando cravos vermelhos.
O Presidente da República, Cavaco Silva, optou por uma gravata em tom vermelho, mas não usa o cravo vermelho ao peito, ao contrário da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que o colocou preso no casaco.
As comemorações oficiais dos 39 anos da Revolução dos Cravos começaram hoje às 10h00 na Assembleia da República com a tradicional sessão solene que inclui discursos dos partidos, presidente do Parlamento e do Presidente da República.
Pelo segundo ano consecutivo, não estão presentes a direção da Associação 25 de Abril e, em solidariedade com esta ausência, o antigo presidente da República Mário Soares e o ex-deputado socialista Manuel Alegre.
Depois da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, abrir a sessão, a deputada do PEV Heloísa Apolónia será a primeira a intervir no hemiciclo, que estará decorado com cravos vermelhos, seguindo-se a deputada e coordenadora do BE Catarina Martins e a deputada Paula Santos do PCP.
Em seguida, intervirá a deputada Cecília Meireles, pelo CDS-PP, o deputado Alberto Costa pelo PS, e o deputado Carlos Abreu Amorim, pelo PSD. A seguir discursará a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e, por fim, o Presidente da República, Cavaco Silva.
No final da sessão solene, o Grupo Coral Etnográfico Coop de Grândola entoará a canção "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso, que constituiu a segunda senha para a continuação das operações militares que levaram ao golpe de Estado e à revolução de 25 de Abril de 1974.
Depois das comemorações oficiais durante a manhã, à tarde estão previstas manifestações populares, em vários pontos do país, incluindo o tradicional desfile em Lisboa, desde o Marquês de Pombal até ao Rossio.
Os dirigentes do PCP e do BE vão participar no desfile em Lisboa, tal como a direção da Juventude Socialista, que apelou à participação como forma de «reafirmar que o povo é quem mais ordena» num país «em que o Governo já não tem legitimidade» para mais medidas de austeridade.
A Associação 25 de Abril, presidida pelo militar de Abril Vasco Lourenço, anunciou que vai participar nas manifestações populares para «mostrar o seu profundo desacordo com a prática dos (des)governantes e para evidenciar a sua forte determinação em recuperar Abril».
Em defesa «da liberdade e dos valores democráticos» e da Constituição da República, a Associação Nacional de Sargentos apelou também à participação no desfile na Avenida da Liberdade.
O Congresso Democrático das Alternativas, que reúne personalidades da área da esquerda política, e a Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis, também anunciaram a participação no desfile popular.
Ao contrário de anos anteriores, os jardins da residência oficial do primeiro-ministro, em S. Bento, Lisboa, não vão ser abertos ao público durante a tarde do feriado.