Seis barragens acabaram mesmo o mês com menos de 10% da água que podem armazenar.
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As barragens de nove das doze bacias hidrográficas portuguesas acabaram setembro de 2019 mais vazias do que em setembro de 2018 e mais vazias que a média das últimas duas décadas.
As barragens do Rio Sado voltam a ser as mais afetadas pela seca, tendo 28,1% da capacidade ocupada com água, bem menos que os 41,9% da média histórica ou que os 44,6% de 2018. Apenas na comparação com 2017 (18,3%), um ano ainda mais seco, a situação de 2019 é mais favorável
Os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), fornecidos à TSF pelo Ministério do Ambiente e da Transição Energética, revelam que duas das seis barragens que fecham o verão com menos de 10% da capacidade ocupada com água ficam na bacia do Sado: Monte da Rocha, com 9%, e Campilhas com 7% - e havendo ainda Pego do Altar, com 11%.
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Com 34,4%, a bacia do Barlavento é a segunda do país onde as barragens têm menos água, quase metade da média histórica. Seguem-se o Ave (40,5%), Arade (41,8%), Oeste (41,9%) e Mira (47,9%). Nas bacias do Tejo (58,8%) e Guadiana (62,5%) ainda há muita água, mas, mesmo assim, os números ficam abaixo das médias históricas e abaixo daquilo que acontecia há um ano, havendo barragens, nestas duas regiões, que estão quase vazias: Divor (6%), no Tejo, Vigia (10%), Abrilongo (6%) e Lucefecit (5%), no Guadiana.
A APA sublinha que é normal setembro fechar com menos água nas barragens do que aquela que existia no final de agosto, sendo que neste setembro de 2019 desceram para quatro as barragens com uma disponibilidade de água superior a 80% e subiram para 26 as que têm menos de 40%.
Espanha não está melhor
Fazendo as contas, 38% das albufeiras avaliadas pela APA têm hoje menos de 40% da capacidade ocupada. Na análise por bacias, apenas Mondego e Arade, Cávado e Douro têm agora mais água do que a média histórica das últimas duas décadas.
Do lado espanhol, de onde chega muita da água retida nas barragens portuguesas, as bacias hidrográficas do Minho e Lima, Douro, Tejo e Guadiana também estão agora com menos água do que aquela que tinham em agosto.
A descida é, no entanto, mais acentuada, em Espanha, na bacia do Tejo, que fechou setembro com apenas cerca de 35% da água que pode ter armazenada.