Severiano Teixeira e Vieira Matias destacam «consideração» da NATO por Portugal
Nuno Severiano Teixeira e o almirante Vieira Matias admitiram, esta quinta-feira, que Portugal perdeu a nível militar com as mudanças na base de Oeiras, mas frisaram que a nível político o país conseguiu uma vitória.
A NATO decidiu transformar a base de Oeiras num comando operacional marítimo. A Escola de Comunicações será também transferida para território nacional.
O Governo, pela voz do ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, mostrou-se satisfeito com esta decisão, apesar de o país perder 110 efectivos.
Nuno Severiano Teixeira, professor de Relações Internacionais na Universidade Nova de Lisboa e antigo ministro do primeiro executivo de José Sócrates, começou por destacar que a reforma global da NATO «vai no sentido da sua redução mas também da sua eficácia e afecta todo o conjunto da Aliança».
Quando isto acontece, explicou, «põe-se sempre o problema de quais os países que tinham e vão deixar de ter». O resultado conseguido, que levou também outros países a perderem importância dentro da NATO, foi «bastante equilibrado», comentou.
O especialista em Defesa explicou que há «uma baixa de nível de um comando conjunto para um comando de componente», mas o objectivo político de continuar a ter a presença da Aliança Atlântica no território português foi cumprido. «Nesse sentido, é uma vitória para Portugal», rematou.
Por seu lado, o almirante Vieira Matias, antigo Chefe de Estado-Maior da Armada e comandante do quartel de Oeiras entre 1995 e 1997, reconheceu que Portugal perde algum peso na estrutura na NATO, mas destacou que foi a mudança possível.
«É uma perda porque houve um abaixamento de nível», mas há um «aspecto muito positivo», que tem a ver com o facto de a NATO ter demonstrado «consideração» por Portugal.
Esta tomada de posição «dignifica» Portugal, que é um país marítimo e que tem procurado apostar no esforço marítimo da NATO, disse.