SIM denuncia falta de meios em Caxias e alerta para situação de reclusos inimputáveis
Limite de internamentos já foi ultrapassado em 30 doentes e há apenas quatro psiquiatras a garantir o seu acompanhamento.
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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) apela ao reforço urgente de psiquiatras no Hospital Prisional São João de Deus, em Caxias, e admite avançar para a greve perante uma situação em que, denuncia, há reclusos inimputáveis misturados com outros presos na ala psiquiátrica.
Outra das falhas é a de que, numa ala de internamento que tem um limite de 50 doentes, estão internados 80 reclusos, um excedente de 30 face ao que seria aceitável. Esta tarde, o SIM reúne-se com o secretário de Estado da Justiça para procurar soluções para o problema, que já leva anos.
Os doentes inimputáveis representam "um terço" do total de internados e o acompanhamento é "garantido por quatro psiquiatras".
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"Esperamos uma resposta do senhor secretário de Estado da Justiça no sentido de evitar algo que nós não desejamos, uma greve", alerta Roque da Cunha em declarações à TSF, esperando que os avisos não caiam uma vez mais "em saco-roto".
É nos centros de internamento de inimputáveis que está um dos problemas, já que os três - um Norte, outro no Centro e outro no Sul - estão lotados e sem condições "por falta de investimento".
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Assim, estes reclusos inimputáveis, que "têm um estatuto próprio", estão "internados e misturados com doentes com depressão, com stress pós-traumático e com problemas psiquiátricos".
Numa nota divulgada na última semana, o SIM já adiantava que os quatro médicos psiquiatras que restam apresentaram há quase um ano escusa de responsabilidade à Ordem dos Médicos.