Sinais de dependência: 74% dos condutores usam telemóvel e muitos até enviam e-mails
Prevenção Rodoviária Portuguesa diz que muitos portugueses sabem que correm perigo, mas dependência leva-os a não largar o telemóvel.
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Os portugueses estão entre os condutores que mais usam o telemóvel enquanto conduzem. Um estudo apoiado pela Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) conclui que 74% dos portugueses admitem essa utilização, bem mais que nos outros países em estudo: 67% dos irlandeses e dos norte-americanos, 58% dos franceses, 55% dos espanhóis e 47% dos britânicos.
Entre quem nasceu a partir de 1980 a percentagem de uso do telemóvel ao volante, em Portugal, é ainda maior: 83%.
Apenas 13% dos portugueses inquiridos garantem que colocam o telemóvel fora do alcance durante as viagens sendo raros, apenas 9%, os que o desligam quando estão no carro.
A Prevenção Rodoviária Portuguesa defende que os números agora conhecidos sugerem sinais de "dependência" e "necessidade de estarem sempre comunicáveis" - os condutores sabem que o risco de acidente aumenta, mas mesmo assim não conseguem, por questões pessoais ou profissionais, deixar de usar o telemóvel quando estão ao volante.
Mails, SMS, redes sociais
Quando usam o telemóvel no carro, 69% admite olhar para mensagens e chamadas que recebe e 52% para notificações.
Há ainda 26% que afirma ler e-mails ou mensagens, e 25% que faz e envia mensagens de áudio.
Finalmente, cerca de 20% confessa que utiliza aplicações ou redes sociais, havendo 19% que envia e-mails e mensagens.
Outro estudo terminado em 2018 também já tinha concluído que 37,4% dos portugueses diziam ter falado ao telemóvel pelo menos uma vez no último mês segurando-o na mão, bem mais que a média da União Europeia (28,6%).
O novo inquérito, agora revelado, foi desenvolvido pela Liberty Seguros em seis países, incluindo Portugal (onde foram ouvidos mil inquiridos), em parceria com a Prevenção Rodoviária Portuguesa.