Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins lembra que no ano passado a Apollo, acionista que adquiriu a Tranquilidade e posteriormente a Açoreana, despediu 100 trabalhadores.
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O grupo Seguradoras Unidas confirmou esta quinta-feira ter em curso até final de 2018 um "programa de redimensionamento" dos quadros da Tranquilidade e da Açoreana, que se fundiram, escusando-se a antecipar "o número exato" de trabalhadores a dispensar. Segundo o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins, serão despedidas 380 pessoas de "forma ilegal".
Em comunicado enviado ás redações, a Seguradoras Unidas -- nova designação assumida pela Tranquilidade após a fusão com a Açoreana -- diz estar "a dar continuidade ao programa de redimensionamento que tem vindo a implementar", adiantando que este "será feito de forma planeada", com vista à "adequação dos postos de trabalho às reais necessidades da empresa".
"Estima-se que o programa termine no final de 2018 e não estamos em condições de antecipar o número exato que resultará do redimensionamento", referiu, salientando que o processo decorrerá "por via do diálogo com os seus colaboradores, assegurando-lhes condições financeiras e sociais que permitam um entendimento entre as partes".
O Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA) acusa a Apollo de querer despedir "de forma ilegal" 380 trabalhadores da Seguradoras Unidas após ter integrado a Açoreana na Tranquilidade.
O sindicato diz que, já no ano passado, saíram 100 trabalhadores num processo de rescisões amigáveis mas agora, depois da fusão da Açoreana na Tranquilidade, o acionista pediu uma autorização ao Ministério do Trabalho para dispensar mais 380 trabalhadores.
Ouvido pela TSF, José Manuel Jorge, porta-voz do SINAPSA, diz que a empresa quer que seja o dinheiro do Estado, através das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social, a sustentar o despedimento.
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Como os representantes dos trabalhadores não foram consultados, como é obrigatório, e não existe projeto de reestruturação porque, segundo a mesma fonte, "a empresa não está com dificuldades económicas", o SINAPSA considera que se está perante "mais uma ilegalidade".
José Manuel Jorge acusa ainda as empresas de estarem a usar a figura da rescisão amigável para realizarem despedimentos coletivos para não ficarem com ónus negativo.
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O porta-voz do SINAPSA referiu que a entidade vai enviar o seu parecer negativo ao Conselho de Concertação Social e divulgá-lo pelos trabalhadores, que devem "manter-se unidos na defesa dos seus postos de trabalho".