Manuel Morais era vice-presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
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O polícia Manuel Morais, que denunciou a existência de racismo na PSP, demitiu-se hoje da vice-presidência da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), disse à agência Lusa o presidente do sindicato.
Paulo Rodrigues avançou que Manuel Morais apresentou hoje de manhã a demissão do cargo de vice-presidente da ASPP, pedido que foi aceite pela direção do sindicato.
O presidente da ASPP afirmou que o sindicato tinha uma reunião de direção marcada para hoje de manhã, juntando-se à agenda do encontro a contestação que alguns associados estavam a fazer a Manuel Morais.
"Foi ele que tomou a decisão de se demitir", disse Paulo Rodrigues.
Manuel Morais, um dos vice-presidentes do maior sindicato da PSP e elemento do Corpo de Intervenção, tem sido alvo de críticas e de uma onda de contestação depois de ter participado numa reportagem da estação de televisão SIC sobre a intervenção policial em zonas urbanas sensíveis, na qual alertava para a existência de focos de racismo na polícia.
Desde sexta-feira que está a decorrer uma petição pública, lançada por associados da ASPP, para a demissão de Manuel Morais da vice-presidência da ASPP.
"Um grupo informal de agentes de autoridade, associados da ASPP/PSP, decidiram criar uma petição pública que apela à direção do sindicato para que demita com efeitos imediatos o vice-presidente Manuel Morais, pelo triste papel ativo que este tem tomado nas acusações públicas de racismo e xenofobia que têm fustigado injustamente as instituições policiais do nosso país, principalmente a PSP", refere a petição.
Em maio do ano passado, quando apresentou a tese de mestrado sobre preconceito racial na polícia, Manuel Morais também foi contestado, mas a ASPP manteve-o no lugar.
"Na altura já foi complicado", disse Paulo Rodrigues.
A ASPP mantém agora dois vice-presidentes.