
Lisboa, 05/10/2012 - A Estação de Santa Apolónia em Lisboa, sexta-feira a tarde. A greve na CP havia uma adesão de 100 por cento dos maquinistas. Nos serviços urbanos de Lisboa não circulou até agora qualquer comboio.( Thomas Meyer / Global Imagens )
Thomas Meyer
Os sindicalistas denunciaram a "degradação das infraestruturas, atrasos e avarias constantes" em empresas dos transportes públicos rodoviários, ferroviários e fluviais de Lisboa.
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Cerca de 30 dirigentes sindicais realizaram esta quarta-feira uma tribuna pública em Lisboa, para denunciar o estado de degradação do serviço público de transportes e comunicações.
Os sindicalistas denunciaram a "degradação das infraestruturas, atrasos e avarias constantes" em empresas dos transportes públicos rodoviários, ferroviários e fluviais de Lisboa, "algumas privatizadas e outras por falta de investimento", provocando "constrangimentos às populações".
À tribuna juntaram-se também representantes dos Correios de Portugal.
O protesto foi uma iniciativa da Fectrans -- Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, uma das entidades que vão entregar no Ministério do Ambiente um abaixo-assinado, promovido pela Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa, focado nos problemas de funcionamento do Metropolitano.
"O que pede é que se implementem as medidas necessárias para resolver os problemas atuais do Metro, que levaram a que os tempos de espera entre comboios aumentem, haja um serviço mais degradado, haja mais complicações em termos da oferta, avarias", disse à Lusa José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans.
"Achamos que no Metro, tendo em conta a importância que tem na cidade de Lisboa para a mobilidade dos cidadãos, é preciso inverter este estado de coisas e isso faz-se com medidas que respondam às situações atuais e não com anúncios de medidas para o futuro", acrescentou.
O dirigente sindical destacou que "o desinvestimento destes últimos anos no transporte público está a ter as suas consequências".
"Ou é nas infraestruturas ferroviárias, em que todos os dias há problemas, ou é na imobilização de navios ou de comboios. Estamos num processo de degradação. Este Governo, identificando muitas vezes aquilo que nós alertamos, não toma depois as medidas necessárias", considerou, salientando que, devido a esta ausência de medidas, "as situações de rutura podem vir a repetir-se".