Sindicato acredita que Governo está por trás da extinção do 3.º grupo do corpo de intervenção da PSP em Lisboa
O líder sindical Paulo Macedo acompanha a preocupação do diretor nacional da PSP para que não seja colocado em causa o normal funcionamento da unidade especial de polícia.
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O presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, Paulo Macedo, acredita que o Governo está por trás da extinção do 3.º grupo do corpo de intervenção de Lisboa, da PSP, após 44 baixas médicas.
"Nós consideramos que isto é uma pressão, é originada pelo poder político, nomeadamente pelo primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, decorrente daquilo que deve ser um direito basilar de um Estado democrático, que é o facto de as pessoas poderem colocar baixa quando se encontram num estado em que necessitam de algum tipo de repouso ou tratamento. Parece-nos que é totalmente inaceitável que o senhor primeiro-ministro venha prestar declarações sobre atos médicos. Pelo que se conhece, o primeiro-ministro não tem essa formação no seu currículo, colocando em causa a seriedade dos profissionais de polícia - e já nem me refiro aos médicos -, mas no que diz respeito aos funcionários de polícia há aqui uma linha que foi ultrapassada e que não deveria ter sido ultrapassada. Agora temos conhecimento que existem polícias que mesmo necessitando de ser observados ou colocar baixa, já estão a ponderar não o fazer com a possibilidade de graves consequências futuras, porque sabem que se o fizerem podem estar sujeitos a algum tipo de represálias ou algum tipo de consequências", revelou à TSF Paulo Macedo.
Perante o que aconteceu, o dirigente do Sindicato dos Profissionais de Polícia tem uma dúvida.
"A pergunta que nós temos é só uma: o que é que faz com que esta situação venha a ocorrer? Nunca poderá acontecer estar-se a prejudicar profissionais pelo motivo de colocarem baixas médicas legais", questionou o presidente do sindicato.
Paulo Macedo acompanha a preocupação do diretor nacional da PSP para que não seja colocado em causa o normal funcionamento da unidade especial de polícia.
“Apoiamos totalmente essas palavras, ou seja, é óbvio que todos estamos cá e o objetivo dos polícias é prestar um bom serviço à população. Nem isso se está a pôr em causa. Aliás, o que estamos a falar nem é do serviço normal, o serviço público. As situações que se têm colocado têm mais a ver com serviços remunerados que são prestados a particulares e a entidades particulares. Não estamos a falar do serviço público, esse nunca seque esteve em causa", acrescentou.
A direção nacional da PSP anunciou esta quarta-feira a extinção do terceiro grupo operacional do Corpo de Intervenção (CI), uma decisão tomada pelo comandante da Unidade Especial de Polícia depois de 44 agentes do grupo terem apresentado baixa médica em simultâneo.
