Sindicato apela a Ministério das Infraestruturas "que assuma responsabilidades" no conflito com a Portway
Representante de um dos sindicatos que convocou a greve de trabalhadores da empresa de handling lamenta que o gabinete de João Galamba ainda não tenha assumido "uma posição".
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O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitário e Pesca (SIMAMEVIP) diz que é hora de o Ministério das Infraestruturas agir para desbloquear o desacordo entre sindicatos e a Portway.
Isto depois de o Governo ter decretado este sábado serviços mínimos para a greve dos trabalhadores da empresa de handling nos dias 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto e ao trabalho em dia feriado a partir de 1 de agosto, abrangendo a semana da Jornada Mundial da Juventude.
Em declarações à TSF, o dirigente sindical Paulo Lopes defende que é hora de o gabinete tutelado por João Galamba intervir e "assumir as suas responsabilidades".
"É tão lesto a a tomar outras atitudes e nesta matéria parece que está um bocado esquecido", condena.
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"Desde o início do processo tivemos o cuidado de comunicar ao ministério o que se estava a passar", assegura Paulo Lopes. E já antes do início do processo - durante uma reunião a propósito de outros assuntos - alertou que "provavelmente iria haver alguns problemas, algumas perturbações na Portway".
No entanto, "até aqui não houve ainda da parte do Ministério das Infraestruturas uma tomada de posição, o que é, de facto, lamentável".
O dirigente sindical diz que só desconvocaria a greve se a Portway assinasse "um acordo em que se comprometa a pagar para os trabalhadores do contrato de 2020 o mesmo valor que paga para os outros trabalhadores em relação aos feriados em escala", e com efeitos retroativos.
Este é, diz Paulo Lopes, "o grande pomo de discórdia", uma vez que existem trabalhadores com grandes disparidades na renumeração destes dias, com "uns a ganhar 50 e outros ganham 150".
"Esse acordo já esteve praticamente em cima da mesa (...) houve uma altura que estivemos mesmo a ver que as coisas iam chegar a acordo e, de repente, a empresa decidiu não fazer acordo nenhum."
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Em causa está uma greve ao trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir do dia 1 de agosto e por tempo indeterminado e uma greve total a partir das 00h00 do dia 30 de julho de 2023 até às 24h00 do dia 31 de julho de 2023 e das 00h00 do dia 5 de agosto de 2023 até às 24h00 do dia 6 de agosto de 2023.
Nos termos do despacho dos ministérios do Trabalho e das Infraestruturas, os trabalhadores da Portway terão de assegurar, em cada um dos dias de greve, serviços mínimos de assistência em escala para voos nos aeroportos afetados, nomeadamente de Lisboa e Porto.
A paralisação foi convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (SINDAV), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP).