Trabalhadores da Santa Casa têm assumido funções de apoio a necessitados em toda a cidade
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"Vemos com profunda preocupação as intenções que a senhora ministra anunciou", afirma Alcides Teles. O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais diz que não se pode ainda pronunciar sobre o nome de Paulo Alexandre Sousa, nomeado para o cargo de provedor, mas adianta que "não parece bom caminho" reduzir custos através do corte de pessoal.
Segundo afirmou no Parlamento a ex-provedora Ana Jorge, a ministra do Trabalho e Segurança Social ter-lhe-á falado numa reestruturação e perguntado quantos trabalhadores pensava despedir. "Quem tem pago todo este desmando, toda esta gestão e todo este partidarismo dos sucessivos governos (...) têm sido os trabalhadores". Alcides Teles acentua que as nomeações que têm acontecido "não são só para a mesa [da Santa Casa], têm lá colocado os filhos deste e do outro", considera.
O sindicalista lembra que os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia estiveram quatro anos sem aumentos salariais e a subida que tiveram recentemente foi através do acordo de empresa, que consideram ser "insuficiente". Alcides Teles adianta que a Santa Casa presta um serviço "muito importante para a cidade de Lisboa", que apenas pode ser feito com trabalhadores.
O sindicato considera que a instituição não tem funcionários a mais. "Se calhar tem trabalhadores a menos para a missão que tem e para aquilo que lhe tem sido atribuído nos últimos 10 anos", salienta.
"A Santa Casa foi assumindo, por orientação política, toda a ação social de Lisboa e o que a Segurança Social deixou de fazer e isso tem custos", frisa. "Nós temos cada vez mais sem-abrigo, mais necessitados que precisam de apoio e quem presta esse apoio são os trabalhadores", enfatiza. Se a orientação do governo for reduzir pessoal, Alcides Teles afirma que "serão medidas de politica, de gestão, e quem as quiser adotar terá de assumir as consequências", conclui.