Sindicato considera "muito estranho" serviços mínimos na greve da CP e critica Governo: "É vergonhoso"

O presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, considera "muito estranho" que tenham sido decretados serviços mínimos para uma "greve parcial" e acusa o Governo de ter um comportamento "vergonhoso".

"Nós achamos muito estranho, numa greve parcial entre as 05h00 e as 08h30, terem sido atribuídos 25% de serviços. Uma greve parcial que ocupou uma pequena parte da manhã. Foi a primeira vez. Mas, lá está, a pressão mediática, toda esta situação foi criada pelo Governo em pôr trabalhadores contra utentes e utentes contra trabalhadores. É vergonhoso", disse o sindicalista à TSF.

Questionado sobre se o Governo teve mão nesta decisão, Luís Bravo é imperativo: "Só pode. A pressão mediática foi mais do que muita, foi evidente." O líder sindical aponta ainda que não deveriam ter sido decretados serviços mínimos, dizendo que "é a primeira vez" que acontece numa "greve parcial".

Luís Bravo aponta que sem os revisores os comboios não podem circular por razões de segurança.

"A estação de Entrecampos faz uma curva. Já viu a dimensão dos comboios da linha de Sintra com duas unidades motoras. O maquinista só vê a entrada de passageiros e a sua saída até à terceira plataforma. A partir daí, tem de ser auxiliado. Não podia fechar as portas e entalar as pessoas, quando estivessem a desembarcar. Isso é um exemplo", explica.

Os revisores não servem só para picar bilhetes: "É muito mais do que isso. Tem primeiros socorros, têm a segurança da circulação. Tudo o que um maquinista terá que saber em termos de sinalização, o revisor tem que saber."

O Tribunal Arbitral decidiu definir serviços mínimos para a greve da CP a partir de domingo e até quarta-feira, abrangendo a paralisação marcada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), ou seja, dos revisores e bilheteiras.

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Estes serviços mínimos, de 25%, irão realizar-se numa altura em que a greve do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) já não será total, como acontece esta sexta-feira e na quinta-feira, estando apenas prevista para o trabalho suplementar, incluindo o trabalho em dia de descanso semanal.