O presidente do sindicato do pessoal de voo lembra o grande potencial da companhia aérea.
Corpo do artigo
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil encara o futuro da TAP com expectativa e preocupação, mas admite que ainda é prematuro falar em despedimentos. Os trabalhadores temem um emagrecimento da companhia aérea, apesar do apoio do Estado.
O ministro das Infraestruturas admitiu nesta quarta-feira que a dimensão da companhia aérea pode ser reduzida. O presidente do sindicato, Henrique Martins, confessa que os próximos seis meses, prazo acordado para a elaboração de plano de reestruturação da empresa, vão ser marcados pela ansiedade.
12299340
"É sempre um motivo de grande preocupação para os trabalhadores e para os sindicatos, quando se ouve um ministro falar num possível despedimento de funcionários", refere
O dirigente sindical lembra que nos últimos tempos, a TAP não tem renovado os contratos de trabalho precários, o que já representa "um emagrecimento". Ainda assim, Henrique Martins confessa que, tendo em conta o grande potencial da companhia aérea de bandeira, falar num emagrecimento da empresa "ainda é prematuro".
O Estado português recebeu autorização europeia para fazer uma intervenção de 1,2 mil milhões de euros na TAP, ao abrigo do quadro legal nacional e europeu. A injeção será feita na forma de empréstimo público.
Henrique Martins confessa que esta é a solução que melhor responde às necessidades financeiras da empresa. "É um modelo que me deixa tranquilo porque vai fazer face às necessidades imediatas da companhia, para que se paguem os salários aos trabalhadores e as dívidas aos fornecedores. É uma ajuda fundamental para o futuro da companhia", admite.
O sindicalista está, por isso, confiante que "é possível arrancar e tornar viável os próximos tempos" da TAP.
12298222
O plano de restruturação da empresa está agora pendente da aprovação dos acionistas privados, que ficam obrigados a demonstrar, nos próximos meses, que a empresa é viável a médio e longo prazo.
A Comissão Europeia autorizou um montante de 1,2 mil milhões de euros de apoio. No entanto, de acordo com o ministro das Infraestruturas, o Governo não prevê gastar mais do que mil milhões de euros até ao final deste ano.