Bettencourt Picanço, do STE, entende que esta tolerância de ponto não se justifica até por causa dos quatro dias a seguir a esta quinta-feira. Outros sindicatos não têm a mesma opinião.
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O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) entende que a tolerância de ponto dada pelo Governo esta quinta-feira à tarde aos funcionários públicos é uma «decisão populista».
«Face aos quatro dias que se seguem parece-nos que não tem justificação mas, neste momento, não é algo que fosse reivindicado pelos trabalhadores em geral», explicou Bettencourt Picanço.
Ouvido pela TSF, este sindicalista diz não conhecer os «fundamentos em que radica» esta decisão, muito embora lembra que já é hábito haver tolerância de ponto neste dia.
Por seu lado, Nobre dos Santos, da FESAP, considera que esta discussão é demagógica e pediu para que não se faça dos funcionários públicos bode expiatório para a falta de produtividade do país.
«Somos os primeiros a pagar em tudo e portanto não vale a pena estarem a utilizarem-nos como bodes expiatórios contra a produtividade e competitividade do país. Acho que devemos discutir sim os problemas da produtividade e competitividade da sociedade no conjunto», explicou.
Este sindicalista da FESAP considerou que se deve discutir se há muitos feriados ou não em Portugal, mas que é preciso «parar de fazer demagogia com situações isoladas para cair bem na opinião pública».
Já Ana Avoila, da Frente Comum, pediu ao presidente da CIP, que afirmou ser contra esta tolerância de ponto, para que não se meta nos assuntos da Função Pública.
«Neste país, toda a gente quer dar bitates sobre tudo e principalmente quando é para lixar os trabalhadores. Todos os anos na Páscoa há tolerância de ponto e portanto não percebemos esta questão», explicou.
Esta sindicalista lembrou que ainda que o sindicato que representa «não foi ouvido nem achado sobre qualquer tipo de tolerância muito menos quando nos estão a tirar tudo». «Não faz sentido esta questão neste momento», concluiu.