Sindicato da PSP alerta para "quadros de burnout" e "exaustão" dos profissionais nos aeroportos
Na TSF, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia garante que "sem recursos é impossível continuar neste registo"
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A afluência aos aeroportos e as falhas técnicas têm levado a um aumento de responsabilidades dos agentes da Unidade de Serviços de Estrangeiros e Fronteiras. O problema é que este aumento não tem sido acompanhado pela progressão e valorização das carreiras, o que tem resultado em "exaustão" e "quadros de burnout", alertou esta terça-feira a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Em declarações à TSF, o presidente da ASPP/PSP disse que o alerta foi dado há já quatro anos, aquando a reestruturação do SEF: "Eram preciso efetivos, formação e condições estruturais."
"O número de pessoas que visitam o nosso país tem aumentado", sublinhou Paulo Santo, apontando a situação dos aeroportos de Faro e Lisboa.
Paulo Santos adiantou ainda que os trabalhadores queixam-se das "entradas dos cidadãos nos aeroportos, que estão numa situação limite" e, muitos estão "com vontade de sair do serviço" devido às filas e "ao próprio sistema com que trabalham".
Para o sindicalista, têm sido dadas, por parte dos polícias, "respostas à altura das suas responsabilidades, mas sem recursos é impossível continuar neste registo".
"O Governo não tem olhado para esta realidade com olhos de ver", concluiu.
A estrutura sindical enviou um oficio à Direção Nacional da PSP, com conhecimento à ministra da Administração Interna, dando conta de vários situações nos aeroportos envolvendo profissionais afetos à Unidade de Estrangeiros e Fronteiras.
De acordo com a ASPP/PSP, há profissionais com perda momentânea de consciência (desmaio) nas boxes.
A estrutura sindical alertou também a Direção Nacional da PSP que apesar dos profissionais “serem competentes, capazes, altruístas e sobejamente conhecidos pela sua capacidade de resiliência, ainda assim, não devem ser envolvidos numa situação destas em que a sua imagem e estatuto ficam manchados por razões cuja responsabilidade não lhes deverá ser imputada”.
