Sindicato denuncia "boicote aos trabalhadores" com serviços de saúde a ameaçar com processos disciplinares quem aderir à greve
À TSF, o presidente do STSS acusa o Hospital de Santa Maria da Feira de estar a "ameaçar trabalhadores com processos disciplinares"
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O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STSS) denunciou, esta quinta-feira, que estão a registar-se impedimentos à greve, nomeadamente dos enfermeiros, em várias unidades de saúde do país.
"Estamos neste momento à frente do IPO, no Porto, a receber inúmeras reclamações das instituições hospitalares que não estão a permitir que os trabalhadores aderiram à greve", disse à agência Lusa a secretária-geral do sindicato (STTS), Matilde Pereira.
De acordo com a responsável sindical, está a ser difundida a informação de que a greve foi desconvocada. "As administrações estão a passar a ideia de que a greve foi desconvocada. Quem desconvoca as greves são os sindicatos", declarou a dirigente.
A responsável sindical salientou que está a receber reclamações de vários locais, nomeadamente do Hospital de Santa Maria da Feira: "Temos várias situações em que está a haver entraves à nossa greve."
O caso "grave" do Hospital de Santa Maria da Feira foi também contado à TSF pelo presidente do mesmo sindicato, Mário Rui, que falou em "trabalhadores ameaçados pelo enfermeiro de serviço, que nem sequer permite que as pessoas possam fazer a greve e ameaçou-as com processos disciplinares".
Por isso, o STSS pede aos funcionários vítimas de intimidações que relatem estas situações para que esta entidade as possa "participar aos órgãos competentes". Para o líder sindical, estes atos são "um boicote muito grande aos trabalhadores".
O STSS calcula ainda que a paralisação que começou às 00h00 desta quinta-feira regista, até agora, uma adesão de cerca de 70%. Mário Rui fez um primeiro balanço da paralisação na TSF: "Temos a noção de que há muitos serviços afetados: consultas externas, cirurgias programadas, os únicos blocos que ficaram abertas foram os das urgências, porque são os serviços mínimos."