Sindicato diz que aumentos no setor bancário estão "aquém do que os bancos poderiam dar"
A banca e os sindicatos do setor acordaram aumentos de 4,5% para os trabalhadores e os reformados.
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Os sindicatos e banca acordaram esta quinta-feira um aumento de 4,5% para os trabalhadores no ativo e para os reformados.
As estruturas sindicais tinham pedido aumentos na ordem dos 8,4%, para combater à inflação, e rejeitaram a proposta inicial da banca, que previa aumentos de 2,5%. A recusa, na altura, foi justificada com os lucros da banca, a inflação e o aumento das taxas de juro.
O acordo foi subscrito pelo Sindicato do Setor Financeiro (Mais), o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN).
António Fonseca, do Sindicato do Setor Financeiro, confessa alguma tristeza e considera que se podia ter ido além nos aumentos.
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"Eu vejo com alguma tristeza este aumento. Está bastante aquém daquilo que acho que os bancos poderiam dar e aquilo que os bancários mereciam, principalmente os reformados. Mas foi uma luta negocial bastante intensa, com muito esforço nosso de tentar influenciar tanto grupo negociador, como individualmente cada Presidente dos principais grupos financeiros. Foi o possível. Como se costuma dizer, não estamos felizes com este resultado, mas efetivamente os reformados e esta nossa tomada de posição, principalmente de aceitar estes 4,5%, foi na defesa principalmente dos reformados que estão a passar algumas dificuldades", disse o sindicalista à TSF.
António Fonseca assinala que um dos pontos positivos da negociação foi o pagamento da meia-pensão aos bancários reformados. O decreto-lei que permite aos reformados bancários receberem
o bónus da meia pensão foi publicado em maio e os pagamentos começaram a ser feitos em junho.
"Conseguimos felizmente que o Governo, juntamente com os bancos, pagassem a meia pensão que os pensionistas bancários não tinham recebido e que, felizmente, os nossos pensionistas receberam agora no mês de junho que vem ajudar, mas já havia alguns bancários a passarem algumas dificuldades, que têm reformas relativamente pequenas", considera.
A medida abrange cerca de 50 mil reformados da banca e vai custar 40 milhões de euros aos cofres do Estado. Os restantes pensionistas receberam o bónus da meia-pensão em outubro.