Sindicato dos Jornalistas desafia acionistas do GMG a encontrar solução para salários
O líder do sindicato, Luís Simões, aponta que começar por pagar as dívidas aos trabalhadores poderia "de alguma forma" reparar os danos reputacionais que as publicações do grupo que detém TSF, JN, DN, O Jogo e outras marcas têm sofrido.
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O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões, espera que da assembleia geral de acionistas do Global Media Group (GMG), anunciada esta sexta-feira, saia como "primeira medida" o pagamento dos salários em atraso aos profissionais do grupo a que a TSF pertence.
"Se a primeira medida fosse: ‘Temos que pagar os salários a quem todos os dias faz um jornalismo de qualidade e se empenha para manter os jornais a funcionar e a rádio transmitir’, era um belo princípio", apontou o líder do sindicato em declarações à TSF.
Esta sexta-feira, os acionistas do GMG Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira anunciaram que vão marcar uma assembleia geral para "apresentar uma solução" para o GMG.
Perante esta indicação, Luís Simões reforçou que é "urgente pagar salários porque as pessoas estão a atravessar um momento quase dramático e porque já é um salário e um subsídio", o de dezembro e o de Natal, que estão em atraso. "Aí, se calhar, os danos reputacionais que têm acontecido, eram de alguma forma reparados", apontou.
Também esta sexta-feira, a Autoridade para as Condições do Trabalho anunciou que instaurou processos de contraordenação às empresas do grupo pelo atraso no pagamento de salários e por ter encontrado "indícios de irregularidade no vínculo" de jornalistas que prestam serviços às empresas, lê-se num comunicado daquela autoridade.
Luís Simões admite que estas conclusões não o surpreendem e defende que "os vínculos que são precários e deviam ser permanentes devem ser regularizados porque a lei assim o obriga", desejando também que a ACT "não permita que se continuem a desrespeitar os direitos dos trabalhadores".