Sindicato e Ordem dos Médicos esperam "reforma profunda" após reunião de Costa com Pizarro e Fernando Araújo
O Sindicato Independente dos Médicos e a Ordem sublinham que há muito para mudar no Serviço Nacional de Saúde.
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Antes de o primeiro-ministro, António Costa, se reunir esta sexta-feira à tarde com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e com o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, confessou no Fórum TSF que espera medidas concretas e um investimento do SNS.
"Esperava que saísse algo mais do que propaganda porque, de facto, aquilo que tem acontecido nos últimos oito anos desde que o doutor António Costa é primeiro-ministro e particularmente no último ano onde tem maioria absoluta, é que tem tido uma grande capacidade de cobrar impostos aos portugueses. O ano passado foi o ano em que mais impostos se cobrou desde sempre. Este ano ultrapassa esses valores. Esperamos que, de facto, invistam no Serviço Nacional de Saúde", revelou Roque da Cunha.
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Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, espera que o primeiro-ministro tenha presente que sem médicos não há Serviço Nacional de Saúde e há muito para mudar.
"É preciso uma reforma muito profunda, é preciso uma reforma que olhe obviamente em primeiro lugar para os doentes, para os doentes no ambulatório, para os doentes antes dos hospitais, nos cuidados de saúde primários, mas que olhe também, sobretudo, para aquilo que já o doutor António Arnaut, criador do Serviço Nacional de Saúde, dizia: o maior valor do Serviço Nacional de Saúde são os seus profissionais", acrescentou à TSF Carlos Cortes.
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O primeiro-ministro reúne-se esta sexta-feira com o diretor executivo do SNS, um dia depois de os estatutos deste organismo, em funções há um ano, terem sido publicados e quando Governo e sindicatos médicos ainda não chegaram a acordo sobre aumentos salariais.
Em funções há um ano, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, dirigida pelo médico Fernando Araújo, ainda não tinha regulamentação sobre o seu funcionamento. Os estatutos foram publicados em portaria depois de o Presidente da República ter insistido na necessidade de se definir o novo quadro orgânico do SNS.
Este encontro de António Costa com Fernando Araújo, no Hospital de São João, Porto, acontece também quando se verificam constrangimentos nos serviços de urgência de vários hospitais do SNS devido à recusa de mais de 2.000 médicos em fazerem horas extraordinárias, além das 150 obrigatórias.