SIndicato garante adesão total na greve da CP. Empresa nega má-fé nas negociações
Apesar de o SFRCI garantir uma adesão total à greve, a CP adianta que mais de 50% das ligações entre a meia-noite e as 08h00 foram asseguradas.
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O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) fala numa adesão total dos revisores e operadores de bilheteira da CP à paralisação marcada para esta sexta-feira em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela empresa. Já a CP adianta que, em 252 ligações programadas entre a meia-noite e as 08h00, efetuaram-se 147, ou seja, acima dos 50%.
A empresa sublinha que os números estão acima dos que estão acima dos que estão previstos nos serviços mínimos. As mais afetadas são as ligações de longo curso: alfas, intercidades e regionais.
Por outro lado, o dirigente sindical Luís Bravo adianta que estão a ser realizados apenas os serviços mínimos e defende que a adesão à greve "demonstra bem a indignação dos trabalhadores".
Luís Bravo acusa ainda a CP de "má-fé" e de atitude vergonhosa: "Aquilo que nós esperávamos era reivindicar que não nos tirassem 30% do nosso salário. Estamos a falar de trabalhadores que têm salários base entre os 695 em início de carreira até 900 euros no final da carreira, ao fim de 25 anos. É completamente injusto. É, de facto, uma atuação de má-fé e envergonha os ferroviários."
Entretanto, a CP enviou um comunicado às redações no qual esclarece que a assinatura do Contrato de Serviço Público, na recuperação do prestígio da indústria ferroviária e na fusão, por incorporação, da EMEF na empresa, levou a que fosse necessário "proceder à análise das situações laborais das diversas carreiras e situações laborais dos trabalhadores que passaram a integrar o efetivo da nova CP".
Assim, garante a CP, "Foram celebrados três novos acordos de empresa que resultaram de um longo processo negocial em que todas as partes - empresa e sindicatos - atuaram com lealdade, boa-fé e espírito construtivo".
A empresa recebeu, por isso, "com estranheza" os pré-avisos de greve que têm "como razão principal para estas greves a discordância face à referida proposta negocial", uma vez que, de acordo com a CP, essa "discordância não foi manifestada previamente a esta tomada de posição".
Por fim, a CP assegura que, "ao contrário do que invoca o SFRCI, a CP não pretende extinguir as categorias de Operador de Revisão e Venda e Operador de Venda e Controlo", mas sim fundi-las numa única categoria, de Operador Comercial, "uma vez que já hoje desempenham exatamente as mesmas funções, mantendo as especializações atualmente existentes na área de Revisão e Venda e Venda e Controlo".