Dirigente sindical acusa a empresa de só ter tomado medidas de prevenção, incluindo os testes, há duas semanas.
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O sindicato dos trabalhadores do comércio, escritórios e serviços receia que surjam mais casos de Covid-19 na área logística da Sonae, na Azambuja. Na quarta-feira ficou a saber-se que há 40 trabalhadores infetados na área de frio.
Ricardo Mendes, dirigente sindical, acusa a empresa de só ter tomado medidas de prevenção, incluindo os testes, há duas semanas.
"Há uma secção específica do armazém da Sonae onde a grande maioria dos trabalhadores está infetada, que é na temperatura controlada, a secção de frio, mas também nos preocupa bastante que, naquele pólo logístico não opere só a Sonae Modelo e Continente. Operam também outros operadores logísticos ligados à Sonae", explicou à TSF Ricardo Mendes.
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O dirigente sindical garante que os trabalhadores ainda não foram todos testados.
"Ontem foram testados mais 20, eles continuam a testar aos grupos. Ainda nem todos os trabalhadores foram testados, essa confirmação ainda não a temos. Só naquele pólo logístico são 800. Ao todo, no armazém da Sonae, são três mil. Ainda falta fazer o teste a muitos trabalhadores", afirmou o dirigente sindical.
Ainda assim, o sindicato reconhece que a Sonae acolheu algumas medidas propostas pelo sindicato. Já foram criadas entradas e saídas alternativas nos armazéns e também já houve um reforço no número de autocarros para os trabalhadores que não vivem no concelho.
"É uma pequena minoria os que residem na Azambuja. Vêm de Sintra, Entroncamento, Lisboa, de todo o distrito de Lisboa. São várias linhas em que os trabalhadores, na zona de residência, têm autocarros facultados pela empresa, em vários trajetos, e os trabalhadores, de forma segura, não entram em contacto com outros trabalhadores ou com a população", acrescentou Ricardo Mendes.
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Quanto ao reforço do número de carruagens nos comboios, tendo em conta que nesta zona industrial de Azambuja trabalham quase 8500 pessoas, o sindicalista garante que esse reforço não chegou a acontecer, mas acrescenta que tem sido visível o esforço dos funcionários da CP, sensibilizando os trabalhadores para o distanciamento social.
A Sonae garante que, assim que se suspeita de que um trabalhador está infetado com o novo coronavírus ou que há confirmação dessa mesma infeção, afasta-se o colaborador das instalações e contacta-se de imediato a Direção-Geral de Saúde que, a partir daí, orienta toda a atuação da empresa.
"O nosso plano de contingência, que está em vigor há mais de dois meses, está totalmente alinhado com todas as recomendações das autoridades de saúde e atestado pela DGS no sentido de garantir que o nível de risco de propagação entre colegas é de muito baixo risco. Mesmo antes da identificação dos primeiros casos de Covid-19 em Portugal, o principal foco da logística da Sonae MC foi assegurar a confiança, segurança e bem-estar dos nossos colaboradores", reforça a empresa num comunicado.
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