Sindicato "satisfeito" com recurso à Força Aérea para transporte de doentes de emergência médica
O líder sindicalista lamenta que dois dos quatro helicópteros disponíveis para fazer o transporte de doentes tenham de parar durante a noite, defendendo que esta situação deixa os profissionais com um "serviço inferior ao desejável"
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O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar vê com bons olhos o recurso à Força Aérea para o transporte de doentes e garante que "qualquer solução que passe por garantir o serviço" os deixa "satisfeitos".
Em declarações à TSF, Rui Lázaro, presidente do sindicato, nota que os aviões da Força Aérea por vezes já fazem esse transporte, pelo que se trata apenas de adaptar os aviões a esse propósito.
"Há soluções, inclusive nas forças armadas, em que já acontece o transporte de doentes aerotransportados pela Força Aérea e que, em alguns casos, até poderá ser mais vantajoso e mais económico transportá-lo numa prioridade fixa, ou seja, um avião, do que propriamente um helicóptero. A Força Aérea dispõe destes meios para o poder fazer e, no caso dos helicópteros, podem adaptá-los ou adquirir semelhantes que possam prestar um serviço", explica.
O líder sindicalista considera que esta resposta ao transporte de doentes deve também ser a "mais económica possível, usando o mínimo possível horário público", a fim de tornar a resposta do INEM "mais eficiente".
"Quer seja uma solução exclusiva privada, exclusiva da Força Aérea portuguesa, ou mista, desde que o serviço fique garantido, será fundamental", insiste.
Rui Lázaro adianta ainda que, neste momento, existem quatro helicópteros disponíveis para fazer o transporte de doentes, mas lamenta que dois deles tenham de parar durante a noite, acabando os profissionais por ficarem com um "serviço inferior ao desejável e ao considerado necessário para a dimensão do território continental".
"Seria útil, tão breve quanto possível, conseguir suprimir esta necessidade e voltar a ter as aeronaves a operar durante a noite, quer sejam dos privados, ou da Força Aérea. Aguardaremos a solução apresentada, mas o importante seria que conseguíssemos rever e operacionalizar, tão breve quanto possível, as quatro aeronaves também em período noturno", defende.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que está a ser ouvida esta quarta-feira na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PCP e do PS, sobre o INEM e o procedimento para aquisição de helicópteros de emergência médica, reconheceu a falta de meios no INEM e explicou que o instituto precisa de 47 médicos, 90 enfermeiro e 497 técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) e lembrou que as 200 vagas para TEPH abertas não serão suficientes pois estes profissionais só vão estar formados no início de 2025.
