Numa carta aberta dirigida a Luís Rodrigues, 13 estruturas sindiciais exigem o fim dos cortes salariais.
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Ainda não chegou, e já tem à espera uma lista de exigências dos trabalhadores da TAP. Quando na sexta-feira assumir a liderança da companhia aérea, Luís Rodrigues já vai ter na secretária uma carta assinada pelos sindicatos que representam os trabalhadores do grupo.
No documento, a que a TSF teve acesso, os funcionários da companhia aérea defendem que os trabalhadores que foram dispensados através do despedimento coletivo devem ser reintegrados na companhia aérea. As estruturas sindicais recorrem a um ditado popular - "Quem não se sente, não é filho de boa gente" - para exigir ainda o fim dos cortes, dos congelamentos salariais e dos acordos de emergência na empresa.
Os sindicatos garantem que, se a TAP não restabelecer as condições laborais, a luta vai ter de avançar. "Não nos contentamos apenas com palavras. A nossa insatisfação pelo rumo que a empresa está a levar será visível através de uma série de iniciativas que iremos previamente comunicar nos próximos 30 dias", lê-se na carta. Antes de mais, as estruturas sindiciais exigem uma reunião com Luís Rodrigues.
Em declarações à TSF, o presidente do Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil admite que as greves podem estar em breve de regresso à companhia aérea. "Toda a gente sabe o que é que estamos a dizer quando falamos em novas formas de luta. Seria hipócrita se dissesse que (as greves) não estão em cima da mesa. Os sindicatos sentem neste momento imensa revolta e vergonha. Não podemos compactuar com este circo em torno da companhia", afirma Ricardo Penarróias.
Os representantes dos trabalhadores reconhecem que, sem medidas, "não restará outra solução aos sindicatos senão assumir uma posição que, apesar de indesejável, é legítima, face à absoluta desproporcionalidade existente e que há muito deveria estar extinta".
A fechar a missiva, os treze sindicatos - onde estão incluídos o Sindicato do Pessoal de Voo da Avaliação Civil e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil - desejam "os maiores sucessos" ao novo presidente da TAP, garantem "total disponibilidade" para o diálogo, mas avisam que não "abdicam dos nossos princípios e da nossa dignidade enquanto trabalhadores do Grupo TAP".