Sindicatos dos polícias exigem soluções, deputada socialista não promete nada: "Seria populista"
O vice-presidente do PSD acusa o Governo de "criar uma injustiça" e considera que é preciso olhar para as forças de segurança pública já no próximo programa eleitoral.
Corpo do artigo
Os sindicatos policiais alertaram, no Fórum TSF desta terça-feira, que a segurança pública pode estar comprometida. O Governo foi desafiado a dar uma resposta às reivindicações dos agentes de autoridade, mas a deputada do PS Joana Sá Pereira escusa-se a fazer promessas: “Seria populista.”
“É inevitável que o atual Governo, que tem condições para isso, coloque imediatamente os intervenientes sindicais na mesa e apresente uma solução para esta situação”, disse o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), Paulo Santos, sublinhando que a prioridade agora não são os aumentos salarias, mas sim o executivo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ.
O suplemento não tem equivalente nas restantes forças de segurança e, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
“O Governo tem condições para ir ao encontro daquilo que são as reivindicações. Se não acontecer, está demonstrado que na rua a luta é bastante relevante e pode, obviamente, comprometer até aquilo que é a segurança pública”, avisou Paulo Santos.
Também o Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP) apelou à discussão do tema na Assembeleia da República e pediu “um compromisso dos principais partidos políticos”.
"Parece-me razoável e tempestivo”, disse à TSF o presidente do SNOP, Bruno Pereira, admitindo que os protestos só vão parar quando as principais reivindicações forem aceites.
Mesmo que a possibilidade de os protestos continuarem esteja em cima da mesa, a deputada do PS Joana Sá Pereira não se comprometeu com uma resposta.
“Olhamos para todas as carreiras de forma responsável. Seria fácil e até populista dizer, sem um quadro global e olhando para todas as carreiras, que sim a todos. Não é essa a forma de estar do Partido Socialista”, disse Joana Sá Pereira.
"Não são apenas os polícias que pedem mais reconhecimento e valorização”, acrescentou.
Por outro lado, a oposição insistiu na necessidade de valorizar as carreiras e acusou o atual executivo de ser “Governo de gestão para o que lhe interessa”.
“Este Governo agravou o problema. As más condições de trabalho já lá estavam, mas ao criar uma injustiça relativa muito grande, agravou-se tudo”, considerou o vice-presidente do PSD, Paulo Rangel.
"O que é que nós podemos fazer? Estou de acordo que nós, nos nossos compromissos eleitorais, temos que olhar este problema. Os partidos têm essa obrigação e com certeza que o PSD não irá fugir a ela”, concluiu.
Elementos das forças de segurança que estão em protesto colocaram esta segunda-feira oito caixões em frente à Assembleia da República, simbolizando os anos de Governo socialista e os agentes mortos em serviço. Os caixões vão ser retirados esta terça-feira do exterior do Parlamento, os sindicatos admitiram que podem surgir novas acções de protesto nos próximos dias.
