Irene Pimentel está entre os 3.600 investigadores que viram os seus projetos recusados no Concurso Estímulo ao Emprego Científico. A investigadora acredita que a idade pode ter pesado na decisão da FCT.
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Irene Pimentel é um nome conhecido e reconhecido no meio académico. Apesar de nunca ter estado integrada nos quadros de uma universidade, a investigadora que ganhou o Prémio Pessoa em 2007 teve sempre trabalho graças às bolsas da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Esta semana, Irene Pimentel descobriu que está entre 3.600 investigadores que viram os seus projetos recusados, no Concurso Estímulo ao Emprego Científico da FCT. Apenas 500 candidatos tiveram os projetos aprovados.
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"É como se eu estivesse despedida. É como eu me sinto. Eu nunca estive integrada em qualquer universidade, mas ia fazendo as minhas investigações com estas bolsas", lamentou em entrevista ao jornalista Fernando Alves.
Entre as causas para a recusa do projeto de Irene Pimentel, a investigadora acredita que poderá ter pesado também a idade da candidata.
"Também já percebi que a idade contou, mas eu não posso ainda ter aqui uma conclusão definitiva, mas se isso aconteceu então penso que é qualquer coisa de grave", confessou.
A investigadora pretendia continuar a investigar as relações entre a PIDE/DGS e os serviços secretos de outros países da Europa e dos Estados Unidos da América, um trabalho que já tinha iniciado, com a convicção de que teria o aval da fundação.
"Neste momento, penso que não consigo parar, sobretudo, porque já estava num caso concreto a investigar o relacionamento com a CIA. Agora, se isto não for possível terei que arranjar outros financiamentos, coisa que não é nada fácil", rematou.
A FCT rejeitou também o projeto da vencedora do Prémio Pessoa de 2013, Maria Manuel Mota.