Sistema informático do SNS normalizado após ter estado inoperacional durante várias horas
Pelas 12h00 desta quinta-feira, o problema já estava resolvido
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O sistema informático interno do Serviço Nacional de Saúde (SNS) esteve, esta quinta-feira, em baixo em vários hospitais e centros de saúde. A informação foi avançada pela SIC Notícias e confirmada à TSF pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam). Pelas 12h00, a situação já estava normalizada.
À TSF, Joana Bordalo e Sá adiantou que a falha começou de madrugada e impede o acesso ao processo clínico dos doentes. Os médicos estiveram também impedidos de executar exames e prescrever medicamentos.
"Já ontem [quarta-feira] ao fim da tarde, os sistemas informáticos estavam extremamente lentos e houve uma falha completa a partir desta madrugada. Não foi dada nenhuma informação sobre qual é a origem disto e a verdade é que se um médico não consegue aceder ao sistema informático, não consegue ver a informação clínica do doente, não consegue ver os exames, não consegue prescrever e tudo isto coloca obviamente os doentes em risco", explicou à TSF Joana Bordalo e Sá.
A Fnam divulgou uma diretiva na qual dá indicação aos clínicos para apresentarem escusas de responsabilidade.
“Entendemos que há uma ausência de investimento sério em sistemas digitais que coloca em risco não só o trabalho dos médicos e de todos os profissionais de saúde, mas, acima de tudo, a segurança dos doentes. Por isso, aconselhamos todos os médicos que se deparem com esta situação e que não consigam fazer o seu ato clínico a entregar escusas de responsabilidade, porque nós, médicos, não podemos ser responsabilizados por falhas que resultam da inoperância governativa", sublinhou.
Em resposta à agência Lusa, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) explicaram que os constrangimentos resultaram de uma atualização realizada pela NOS no software da Rede Informática da Saúde (RIS), que provocou instabilidades nos sistemas de informação, "afetando alguns sistemas de apoio dos cuidados de saúde, nomeadamente, na Prescrição Eletrónica Médica (PEM)".
"As equipas técnicas dos SPMS estão, juntamente com o operador externo, a tentar resolver a situação, prevendo-se que os serviços retornem à normalidade ainda durante a manhã", disse.
Contactada pela Lusa, fonte da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra disse que o problema afetou sobretudo os cuidados de saúde primários, no acesso ao processo dos doentes, adiantando que, pelas 10h20, ainda havia alguns constrangimentos e que a situação estava a ser regularizada faseadamente.
A ULS Santa Maria explicou, por seu lado, que a falha não atingiu nenhum dos dois hospitais (Santa Maria e Pulido Valente) porque trabalham com um sistema diferente, mas afetou os cuidados de saúde primários, que pelas 09h45 estavam a começar a repor a normalidade.
No início do mês, uma falha num equipamento informático obrigou o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, a adiar consultas e cirurgias programadas e a desviar doentes não críticos para os serviços de urgências de outras unidades hospitalares. Na altura, foi necessário ativar o plano de contingência, que implicou o adiamento de consultas programadas.
Notícia atualizada às 12h05
