"Situação continua difícil." Hospital de Santa Maria obrigado a adiar cirurgias por falta de sangue
O diretor do serviço de sangue daquela unidade hospitalar faz um apelo aos dadores habituais, mas sobretudo aos jovens
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O mês de julho foi difícil e muitos hospitais temem que agosto não seja melhor. No Hospital de Santa Maria, unidade de fim de linha que recebe muitos casos do resto do país, só este mês já foram adiadas 11 cirurgias por falta de sangue. O diretor do serviço de sangue daquela unidade hospitalar revela que "todos os doentes adiados foram operados passado uns dias, mas quatro ficaram com as cirurgias agendadas para setembro e novembro, porque são cirurgias programadas que não têm logo necessidade de serem efetuadas".
À TSF, Álvaro Beleza garante que "nenhum doente urgente deixou de ser operado, nem nenhum caso oncológico deixou de fazer transfusões". No entanto, admite que "a situação é difícil e continua difícil".
O grupo sanguíneo A positivo e negativo, mas também O positivo e negativo são os que têm falta de mais unidades de sangue.
O médico considera que no Hospital Santa Maria verificou-se a "tempestade perfeita". A somar-se ao facto de no verão, altura de férias para grande parte das pessoas, ser habitual haver menos os dadores, também aumentou o número de cirurgias. "No primeiro semestre fizemos mais 15% de cirurgias", adianta, o que representa "um número recorde dos últimos 15 anos". Além das situações habituais diárias que aparecem, o hospital necessita também de ter sempre sangue em stock para alguma emergência.
Álvaro Beleza faz um apelo aos dadores habituais, mas sobretudo aos jovens. "Passem a ser dadores de sangue, pelo menos deem uma vez por ano", desafia. O médico lembra que, se aos 18 anos podem votar e tirar a carta, também podem dar sangue se forem saudáveis e, desta forma, estão a ser solidários.
Em 2023, o Hospital de Santa Maria fez 16 mil transfusões e diariamente pode precisar de 80 a 100 unidades de sangue.