"Situação é demasiado grave." CIP lamenta atraso no anúncio dos apoios às empresas
António Saraiva, presidente da CIP, explica no Fórum TSF que tanto as famílias como as empresas estão a sofrer o "duplo efeito que a guerra trouxe" e relembra que vários países da União Europeia já anunciaram diversas ajudas.
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O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) considera inaceitável que o Governo deixe para depois o apoio às empresas. O Executivo prepara-se para apresentar esta segunda-feira o novo pacote de medidas de apoio às famílias, na sequência da subida da inflação, mas só depois do Conselho de Ministros europeu, que se realiza na próxima sexta-feira, é que haverá medidas para as empresas.
Ouvido no Fórum TSF, António Saraiva, da CIP, diz não compreender o atraso na apresentação das ajudas às empresas.
"A situação é demasiado grave e o reflexo quer dos efeitos Covid, que ainda estamos a sofrer, quer agora aqueles que se somam resultantes da invasão da Rússia na Ucrânia, vêm somar problemas a um problema que já tínhamos. Por isso, da mesma maneira que as famílias, e dentro destas as mais desfavorecidas, têm que ser auxiliadas, também as tipologias empresariais mais frágeis têm que ser igualmente ajudadas", defende António Saraiva, relembrando que "há países, Estados-membros da União Europeia, que já vão na quarta ajuda quer às famílias, quer às empresas".
"Portugal anuncia algumas medidas, aparentemente, hoje, e apenas para as famílias, seis meses após estarmos a sofrer este duplo efeito que a guerra trouxe. Separar as famílias das empresas, no meu entender, é incorreto, porque, ambos, de forma diferente, é certo, estamos a sofrer estes efeitos", acrescenta.
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O Governo reúne-se esta segunda-feira em Conselho de Ministros extraordinário para aprovar um pacote de medidas de apoio ao rendimento das famílias que visa responder ao contexto atual de inflação e aumento do custo de vida.
O início da reunião está agendado para as 15h00 e o pacote a aprovar pelo executivo deverá rondar os dois mil milhões de euros, de acordo com informações veiculadas por alguns órgãos de comunicação social.
Entre as medidas estará, segundo os jornais, a atribuição de um cheque de 100 euros às famílias para ajudar a suportar o aumento dos custos com energia e alimentação.
Além dos beneficiários das prestações sociais mínimas e da tarifa social de energia - a quem este ano foi atribuído um apoio ao cabaz alimentar de 60 euros - também os agregados de escalões de rendimento da classe média poderão vir a ser abrangidos por este cheque de 100 euros.
Outra das medidas que poderá estar em cima da mesa é o adiantamento aos reformados de parte do aumento que estava previsto para o próximo ano, por via da atualização automática das pensões, calculada com base no crescimento médio anual do PIB (Produto Interno Bruto) dos últimos dois anos e na inflação apurada em novembro deste ano.