Em 2018, o Serviço Nacional de Saúde bateu o recorde de cirurgias, atingindo quase 600 mil, mas agravou o o buraco financeiro para 848 milhões de euros, mais do dobro do valor registado em 2017.
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No ano passado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) realizou 594 978 cirurgias. O valor representa um crescimento de 3,1% face a 2017 e é um recorde absoluto.
No relatório e contas de 2018 do SNS, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) escreve que "relativamente à atividade cirurgia programada, o número de doentes operados no SNS em 2018 é o mais elevado de sempre, tendo sido operados mais 34.577 doentes do que em 2015 (+6,2%)".
No ano passado, o número de consultas médicas na rede de cuidados saúde primários ultrapassou 31 milhões, um aumento de 1,6% em relação a 2017.
No plano financeiro há um agravamento: o SNS teve um prejuízo de 848 milhões de euros, o que representa um agravamento para mais do dobro do buraco de 346 milhões registados em 2018.
A ACSS explica o resultado com o "crescimento dos gastos com pessoal, dos Fornecimentos e Serviços Externos e das mercadorias vendidas e matérias consumidas". A Administração Central sublinha que estes aumentos contrastam com "a diminuição das transferências correntes, uma vez que foram efetuadas em 2018 entradas de capital sem impacto nos rendimentos do ano".
Aquelas três rubricas representam 96% dos gastos do SNS e todas tiveram crescimentos significativos: os fornecimentos e Serviços Externos cresceram 6,1%, os gastos com pessoal aumentaram 5,7% (passaram de 3,8 mil milhões em 2017 para 4,1 mil milhões no ano passado), e as Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas subiram 4,8%.
As dívidas a fornecedores caíram 4,2%, atingindo 3,4 mil milhões de euros.