SNS recebe oferta de hospital de campanha para triplicar quartos com pressão negativa
Pressão negativa ajuda a recuperar os doentes com Covid-19 de forma mais rápida.
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A Ordem dos Médicos e a Associação Empresarial de Portugal (AEP) querem instalar nos pavilhões da Exponor, em Leça da Palmeira, um enorme hospital de campanha que pode triplicar a capacidade de quartos com pressão negativa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), funcionando como apoio a cinco hospitais da região.
O projeto já foi apresentado ao Governo, aguardando a sua aprovação. Tudo será pago por empresários e até o projeto de arquitetura já está fechado, feito pelo arquiteto Ricardo Oliveira.
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O bastonário da Ordem dos Médicos explica que "a ideia é que o hospital seja modular, isto é, que veja a sua capacidade aumentar em função das necessidades da pandemia. Na primeira fase de arranque seriam disponibilizadas 48 camas, podendo o número ser alargado sucessivamente até às 624 camas".
Miguel Guimarães destaca algo único deste projeto em relação aos hospitais de campanha já conhecidos e que "fará toda a diferença": "Todos os doentes serão tratados em enfermarias de pressão negativa e com acesso a equipamentos que permitem dar resposta a casos com alguma complexidade."
Recorde-se que nos espaços com pressão negativa o sistema de ventilação faz uma renovação do ar permanente e a pressão é mais baixa do que nas restantes instalações, o que evita que o vírus saia e contamine mais pessoas, sendo também benéfico em termos de recuperação pulmonar.
Miguel Guimarães detalha à TSF que o SNS só tem, por norma, cerca de 300 camas em pressão negativa, pelo que fazendo as contas este hospital de campanha irá triplicar a capacidade instalada.
O objetivo é que funcione como um apoio extra a cinco hospitais da região Norte, para doentes que não serão dos mais graves mas também não serão os mais simples, quando a pandemia da Covid-19 se agravar.