Domingos Lopes diz que o que faz falta é sobretudo que os discursos saiam dos gabinetes e passem para o terreno. É no campo que estão os problemas, é no campo que é preciso resolvê-los.
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Domingos Mendes Lopes, professor da UTAD, considera que as Universidades do Interior, que estão junto das populações das zonas mais desertificadas, podem ter um papel importante na gestão florestal.
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O diretor do departamento de ciências florestais da UTAD sublinha que o que faz falta neste momento é sobretudo que os discursos saiam dos gabinetes e passem para o terreno. É no campo que estão os problemas, é no campo que é preciso resolvê-los.
Menos conversa e mais ação. A gestão da floresta para a prevenção dos fogos tem que passar por aqui, diz Domingos Mendes Lopes. "Acho que há um antes e um pós-verão 2017". O professor sublinha que é preciso "gestão no campo, estar no terreno a ajudar os proprietários e as câmaras, a fazer trabalho".
E quem devia estar no terreno? "As medidas do governo - que já deviam dar alguma resposta - continuam num patamar legislativo", responde.
O professor da Universidade de Trás-os-Montes, diretor do departamento de ciências florestais, considera que esta é a matéria ideal para haver consenso entre os partidos, mas é preciso deixar de lado a retórica parlamentar: "O que temo é que o discurso se sobreponha à prática. Nós, como sociedade portuguesa, aquilo que testamos é falar bem ou mal, quando o mais importante é ser bom técnico, ir para o campo e fazer coisas".
É no campo que é preciso estar e é para o campo que este professor da UTAD leva os alunos que estudam a floresta. Os nossos licenciados são jovens de campo. "Mais de metade das minhas aulas são no campo", garante.
Isso ajuda-os a ter uma capacidade de resposta mais imediata, considera Domingos Lopes, que lamenta que haja cada vez menos jovens a procurar estes cursos. São "poucos, mas brilhantes".
É preciso agora investir nas áreas onde as lacunas são mais acentuadas, passar da teoria à prática e apostar no diálogo entre quem investiga e quem aplica. "Visite o interior, estas áreas ardidas e verifique que apoio os proprietários ou as câmaras têm, que trabalho é feito de terreno, de limpeza, de gestão. É preciso rentabilizar os recursos. Para onde mando o material que limpo, por exemplo?", questiona Domingos Lopes.
Por isso, considera que "devia haver mais estímulo por parte do Estado" em áreas que são da responsabilidade privada, "porque há intervenção no combate". Só que o combate - já se sabe - acontece quando já é tarde de mais