Só o PS votou a favor: aprovado relatório sobre nomeação de Ana Paula Vitorino
A atual deputada e antiga ministra vai liderar a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. PSD, PAN e CDS votaram contra. PCP e Bloco de Esquerda abstiveram-se.
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Apenas o voto do PS e as abstenções dos partidos da esquerda parlamentar (PCP e BE) aprovaram o relatório que dá luz verde do Parlamento à nomeação de Ana Paula Vitorino para a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
"Trata-se de uma nomeação errada, não traz clareza", criticou, hoje Carlos Silva., depois da votação, considerando que "é um exemplo de tudo ao contrário".
O deputado do PSD foi o primeiro relator, mas acabou por pedir escusa por sentir que Ana Paula Vitorino e o PS tentaram, na última reunião, introduzir alterações ao relatório que o deputado social-democrata tinha elaborado. Na altura foi designado como relator o deputado socialista Hugo Costa.
Pelo PAN que também votou contra, Nelson Silva considerou que ficou clara a existência de uma "situação de conflito" e que a forma como decorreu o processo em comissão também decorreu com "opacidade".
Na reunião desta tarde, o PS não se pronunciou sobre as críticas.
Quando foi ouvida pela comissão de Economia, a 1 de julho, Ana Paula Vitorino garantiu que, das anteriores funções, seja como deputada, seja como ministra do Mar "não resulta qualquer incompatibilidade e impedimento" à sua nomeação como presidente da AMT.
"Não trabalhei em áreas que vão ser reguladas", disse a atual deputada que foi também secretária de Estado dos Transportes, entre 2005 e 2009, garantindo ser "idónea, cumpridora da lei, isenta e livre. Não tenho obediências partidárias", sublinhou.
"Já fui acusada de não ceder a pressões, já fui muito prejudicada por defender com teimosia o interesse público, prejudicando interesses particulares", sublinhou a candidata à liderança da AMT.
A Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) já tinha aprovado a escolha de Ana Paula Vitorino, considerando que "existem evidências da presença de competências técnicas e comportamentais que sustentam uma apreciação muito positiva para o desempenho do cargo em causa", concluiu esta entidade".