Só quem vive na mesma casa deve sentar-se a menos de 2 metros num restaurante. Conheça as orientações da DGS
DGS atualiza orientações para restaurantes durante a pandemia. Empresários dizem que há regras que são um exagero.
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou esta quinta-feira as orientações que os proprietários, funcionários e clientes de restaurantes devem seguir, mas ao contrário das pretensões dos empresários não há praticamente mudanças face àquilo que já estava previsto nas orientações emitidas a meio de 2020.
Um dos pontos que continua a levantar mais dúvidas está relacionado com quem se pode sentar sem o distanciamento físico recomendado (pelo menos 2 metros), frente a frente ou lado a lado. A orientação da DGS mantém que a possibilidade anterior só se deve aplicar a quem coabita na mesma casa, quer no interior dos restaurantes quer nas esplanadas.
O presidente da Associação Nacional de Restaurantes, Daniel Serra, diz que as limitações anteriores de distanciamento levantam grandes dificuldades, baixando drasticamente a lotação dos estabelecimentos.
"O cumprimento na íntegra é de uma dificuldade bastante elevada e com esta evolução positiva da pandemia aquilo que pedimos é uma redefinição das orientações para uma situação mais de acordo com aquilo que está a acontecer hoje", refere o representante do setor, para quem "além de serem de elevado rigor, as orientações podem já estar a pecar por excesso e não permitem que os restaurantes tenham uma operação positiva".
Com as recomendações da DGS para o distanciamento, o número de clientes reduz-se drasticamente, penalizando aqueles que cumprem e beneficiando aqueles que não o fazem. "Se forem cumpridas, as operações são altamente negativas e as empresas não são viáveis", defende Daniel Serra.
Por outro lado, a orientação da DGS atribui aos restaurantes a responsabilidade de apenas sentarem os coabitantes a menos de 2 metros, mas Daniel Serra diz que a responsabilidade deve ser do cliente, havendo alguns empresários que estão a pedir para que os clientes assinem uma declaração, num tema que o presidente da associação diz ser "nebuloso", pois não há "forma de controlar", levantando muitas dúvidas entre os empresários.
Quando o restaurante é mais rigoroso aquilo que acontece é que muitas vezes o cliente opta por outro restaurante, pelo que a regra devia ter sido escrita de forma mais clara.
A associação defende que os restaurantes não podem exigir dados pessoais a quem aparece para almoçar ou jantar.
A orientação da DGS mantém, igualmente, tal como já estava previsto em 2020, que os restaurantes devem "impedir que os clientes modifiquem a orientação das mesas e das cadeiras, permitindo que os colaboradores o façam, sempre dentro das recomendações vigentes"; e "os lugares em pé, pela dificuldade de garantir o distanciamento físico entre as pessoas, estão desaconselhados, assim como as operações do tipo self-service, nomeadamente, buffets e dispensadores de alimentos que impliquem contato por parte do cliente".
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