Desde 2007 que milhares de pessoas foram colocadas numa bolsa de excedentários. O Governo atual já recolocou nos ministérios a maior parte. Restam 300, diz o sindicato à TSF.
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Androlino Coutinho trabalhou durante 28 anos na Casa do Douro, depois passou para o Ministério da Agricultura, na Régua, onde esteve mais quatro anos, até que em 2008 foi "atingido" pelo regime de requalificação dos funcionários públicos.
"A minha carreira foi extinta, trabalhava na secção de obras e fui para a requalificação", explica. Desde o dia 1 de fevereiro que trabalha como assistente operacional, fazendo parte da equipa de limpezas do Hospital de Vila Real.
"Recebi uma carta em casa do INA, vim a uma entrevista e aceitei. Como isto é público..." Com 55 anos, este funcionário público sente que está a ser novamente prejudicado. "Eu estava a receber o ordenado mínimo e houve colegas meus que foram reembolsados na totalidade e quero saber porque é que não sou reembolsado".
Durante os oito anos que esteve em casa, Androlino Coutinho passou por dias difíceis. "No primeiro ano recebi 80% e depois passei para 60%, que era o equivalente ao ordenado mínimo, mas tenho um filho e tive que me defender".
O regime de requalificação/mobilidade especial atingiu milhares de funcionários públicos. Mas José Abrão, do sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública, diz que neste momento há apenas cerca de 300 trabalhadores em casa.
"No início de maio tínhamos cerca de 500 trabalhadores na situação de requalificação, no entanto foram recolocados. Dos 613 do Instituto da Segurança Social, praticamente todos regressaram. Calculo que neste momento existam cerca de três centenas de trabalhadores na requalificação".
O sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública defende a revogação da lei, que diz ser penalizadora e sem sentido. O Governo tem adiado uma decisão sobre este ponto mas há reunião marcada para terça-feira.