Contra as políticas do Governo e a passividade de Cavaco Silva, Mário Soares junta esta quinta-feira na Aula Magna, em Lisboa, várias personalidades no chamado "encontro das esquerdas".
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A iniciativa tem um lema e um título - "Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social", para a qual o antigo Presidente da República convocou nomes ligados à política, à Igreja ou às Forças Armadas.
Entre eles, Jorge Sampaio (que vai enviar uma mensagem), António Capucho, o bispo D. Januário Torgal Ferreira ou o General Pinto Ramalho. Também marcam presença vários dirigentes do PS, PCP e Bloco de Esquerda, mas os principais líderes dos partidos vão faltar.
Manuel Alegre, um dos promotores, vê na reunião um momento de protesto contra as opções políticas da maioria e a passividade de do Presidente da República.
Em declarações à TSF, Manuel Alegre deixa bem claro que as linhas que limitam a iniciativa estão para lá das opções políticas dos participantes.
Para o antigo candidato presidencial, a Democracia não se esgota na ida às urnas, exemplo disso são as constantes manifestações. Por isso, Manuel Alegre adverte que é preciso escutar as ruas, mas também estar atento aos encontros das elites.
Manuel Alegre afirma ainda à TSF que os apelos da maioria a um consenso com o Partido Socialista surgem apenas depois de o Executivo se ter visto «aflito» com o falhanço do programa de assitência.
Perante a possibilidade de um programa cautelar, Manuel Alegre entende que, a existir consenso nessa matéria, o mesmo exige uma nova legitimação democrática através de eleições.