Associações contra o desperdício alertam para o excesso de consumo entre o Natal e o fim do ano e pedem contenção aos portugueses.
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Bacalhau, peru ou marisco, qualquer que seja a ementa à mesa da Consoada, muitas vezes parte dos alimentos acabam no lixo. "Apelamos a que as pessoas tenham esta consciência, planeiem e não tenham comida a mais para as pessoas que vão estar", afirma o diretor do Movimento "Unidos Contra o Desperdício".
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Francisco Mello e Castro ressalva, à TSF, que "isso são os que podem", porque há o "contrassenso" de existir muita gente que é ajudada pela Refood, pelo Banco Alimentar Contra Fome, pela Cruz Vermelha e outras instituições, pessoas "que não têm o que comer, nem o que pôr na mesa".
"Aproximadamente um milhão e oitocentas mil toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos pelos portugueses", refere Mello e Castro.
"É um número avassalador, com muitos zeros", adianta. Esta cifra anual tem particular dimensão na época de Natal e Ano Novo.
Os abusos nesta época não são só alimentares e Mello e Castro dá como exemplo o que acontece a seguir à noite da Consoada, em que pelas ruas das cidades se veem os contentores do lixo a abarrotar de caixas e papéis.
No entanto, o movimento que dirige centra-se sobretudo no desperdício alimentar, por esse motivo convida todos a serem mais solidários, de modo a fazer a diferença neste Natal.
"É preciso alertar consciências e pedir às pessoas que, caso haja sobras, as transformem noutras refeições ou que as possam doar", acrescenta.
"Não é preciso ser às associações, às vezes nos seus próprios bairros, estando atentas, podem ter conhecimento de problemas reais de pessoas que estão próximas", afirma.
Em 2019 os 21 Bancos Alimentares existentes no país evitaram que cerca de 17.218 toneladas de alimentos fossem para o lixo, alimentando cerca de 320 mil pessoas ao longo do ano.