A Administração Central de Sistemas de Saúde lembra que quem precisa de «acompanhamento permanente» continua a ter isenção. A Liga Portuguesa Contra o Cancro fala em meias-verdades.
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Vários sobreviventes do cancro contestam o facto de terem de pagar taxas moderadoras nas consultas de acompanhamento depois de terem tido alta hospitalar.
Em nome da Administração Central dos Sistemas de Saúde, Alexandre Lourenço destacou que quem precisa de «acompanhamento permanente de forma regular» continua a ter isenção.
«Não existe o pressuposto da alta. Só nos casos efetivos em que esta existir que não conheço ponto por ponto, caso a caso e patologia a patologia», explicou.
Alexandre Lourenço adiantou ainda que as «causas clínicas sobrepõem-se a questões administrativas ou de natureza mais de pormenor, ou seja, a partir do momento em que o clínico diz que o doente é acompanhado a nível oncológico permanece na dispensa de pagamento de taxas moderadoras».
Por seu lado, o presidente da secção norte da Liga Portuguesa contra o Cancro sublinha que «não estamos a lidar com matemática», mas sim com «doentes com cancro em que a doença pode efetivamente reaparecer».
Em declarações à TSF, Vítor Veloso explicou que há doentes com cancro que efetivamente não voltam a ter a doença, mas há outra que têm recidivas e considera que a posição do Governo não passa de «meias-verdades».
«Desde que tenham alta hospitalar e não tenham tratamento, os doentes começam a pagar taxa moderadora. No entanto, estes têm de ser seguidos e fazer os respetivos exames anualmente e nesse caso estão a pagar taxa moderadora», explicou.