Socialistas pedem liderança mais «objetiva» e «afirmativa» a António Costa. Em três meses, a maioria absoluta «complicou-se»

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Três meses depois chegar a secretário-geral do Partido Socialista, e com o PS a não descolar nas sondagens, há quem no interior do partido, peça uma liderança mais «objetiva» e «afirmativa». No balanço da liderança de António Costa, há elogios à condução dos temas europeus e à união do partido mas há também críticas ao trabalho parlamentar.
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Um líder mais presente, mais objetivo e mais afirmativo. Depois de três meses de liderança de António Costa, e sem que o PS consiga descolar nas sondagens, há quem comece a questionar o caminho percorrido pelo secretário-geral socialista.
Se por um lado, nomes próximos da direção do PS falam em «prudência» na ação política, há quem entenda que, apesar de, nas últimas semanas, António Costa ter começado a mostrar uma maior presença na oposição diária ao governo, fontes parlamentares contactadas pela TSF consideram que o líder socialista chega tarde ao terreno e começa agora a «correr atrás do prejuízo», havendo mesmo quem sublinhe que «não há uma segunda oportunidade para uma boa impressão».
No balanço do início de mandato, também as sondagens são fonte de preocupação. Com os números das intenções de voto ainda próximos dos alcançados no período pré-europeias, há dirigentes que admitem que a maioria absoluta «se complicou», outros que é já uma «miragem».
E se, nas questões europeias, na frente autárquica ou na gestão do caso Sócrates, o líder do PS vai merecendo elogios, há quem peça maior objetividade em matérias como a política de rendimentos, a saúde ou a segurança social.
As críticas estendem-se ainda à gestão do trabalho parlamentar. Sem António Costa na bancada socialista, fontes do partido defendem é preciso «afinar posições» dentro do grupo parlamentar, que acusam de «fraquejar» enquanto grande frente do combate político. Na bancada, há mesmo quem reconheça «dificuldades» nos debates quinzenais com Pedro Passos Coelho.