Sociedade de Cuidados Intensivos admite transferência de doentes de Lisboa para outras zonas do país
Presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos revela que está a ser feito um esforço para aumentar a capacidade de resposta na região de Lisboa e Vale do Tejo.
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O presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos admite que, nas próximas semanas, pode ser preciso transferir doentes da região de Lisboa e Vale do Tejo para outras zonas do país. Paulo Mergulhão revela que as taxas de ocupação estão acima dos 80% e, tendo em conta o aumento do número de casos de Covid-19, é inevitável o aumento de doentes nas unidades de cuidados intensivos.
"Neste momento, em Lisboa e Vale do Tejo, estamos com taxas de ocupação que andam acima dos 80%. Hoje tentei perceber ao certo como estavam os números e estamos com 76 das 90 camas ocupadas. Isto traduz os números de há dez dias, ou seja, atualmente estamos, sintomaticamente, acima dos mil casos diários, portanto é inevitável que estes números, do lado da medicina intensiva, piorem", explicou à TSF Paulo Mergulhão.
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O presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos revela que está a ser feito um esforço para aumentar a capacidade de resposta na região de Lisboa e Vale do Tejo e antecipa o aumento do número de casos também no resto do país.
"Neste momento sei que está a ser feito um esforço para aumentar o número de camas Covid na região de Lisboa e Vale do Tejo. É claro que este aumento do número de camas muitas vezes não corresponde à abertura de cama, corresponde a realocação de recursos que estavam afetos a outras áreas, nomeadamente à atividade não Covid que, como todos sabemos, também ficou muito prejudicada neste período. Não estamos, na maior parte dos casos, a falar de abrir novas camas, mas sim de realocar recursos", acrescentou o presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos.
Com o número de óbitos a manter-se baixo no último mês - o máximo diário foi seis mortes verificadas em 10, 16 e 22 de junho -, o agravamento da pandemia começa a fazer-se sentir também na pressão sobre os serviços de saúde, apesar de os números de internamentos em enfermaria e em cuidados intensivos estarem bastante distantes dos registados no início do ano.
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