Em entrevista à TVI, o primeiro-ministro considerou que as cartas enviadas pelo PSD são «guerrilha ao Governo» e têm como objectivo «levantar suspeitas sobre o país e instituições».
Corpo do artigo
O primeiro-ministro entende que o PSD está a fazer «guerrilha ao Governo» ao insistir em enviar cartas para pedir esclarecimentos ao Governo sobre o estado das contas do país, algo que fez esta terça-feira ao pedir para saber qual tem sido o impacto das parcerias publico-privadas.
Em entrevista à TVI, José Sócrates considerou ainda «inacreditável que o PSD ao longo destas semanas se tenha preocupado unicamente em levantar suspeitas sobre o país e instituições e levantar dúvidas e incertezas».
«Ainda hoje, o Eurostat validou as contas portuguesas. Pois é neste mesmo momento que o PSD escreve cartas a fazer mais perguntas. Eles já escreveram uma carta que teve hoje resposta, mas a maior parte das perguntas que fazem podem obter as respostas nos sites, a maior parte da informação está disponível», acrescentou.
Sócrates defendeu ainda que o papel do Presidente da República no processo de ajuda externa deve ser apenas o de conseguir consensos, tal como fez na segunda-feira ao «apelar a que os partidos preservem a relação entre si por forma a definirem áreas de consenso».
«Mas gostaria que o Presidente da República não fosse chamado agora a rubricar um acordo. Quem se deve responsabilizar por isso é quem poderá vir a ter responsabilidades no Governo, isto é, os partidos que se dispõem a isso. Há partidos que não se dispõem, mas mesmo a esses partidos mant?mo-los informados», adiantou.
O chefe do Governo negou ainda que os funcionários públicos poderão ver já este ano o seu subsídio de Natal ser substituído por obrigações do Tesouro, algo que considerou ser uma «especulação» criada pela imprensa.
«Desminto todas essas informações que vêm nos jornais, porque não são verdadeiras. A negociação ainda não acabou, mas garanto que estamos a lutar para que o programa de ajuda a Portugal tenha por base o PEC que foi chumbado», frisou.
José Sócrates lembrou ainda que «no último ECOFIN ficou estabelecido no mandato para a troika que o ponto de partida para as negociações é o PEC», muito embora tenha assinalado que a «situação se deteriorou» desde então.