José Sócrates considerou hoje que a vitória do PS nas europeias é pouco expressiva mas não se justifica discutir a liderança de António José Seguro. António Costa lamenta que a uma derrota histórica da direita, não tenha correspondido uma vitória histórica do PS.
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Questionado na RTP sobre se a liderança do PS pode estar em causa, o antigo primeiro-ministro respondeu: «Não me parece. Como é que se discute um líder que ganha? Não faz parte do que é normal em política».
O jornalista a RTP tinha perguntado sobre se a liderança do PS pode estar em causa com o resultado obtido, 31,45% quando estão apurados 99,21% dos votos.
De acordo com a Direção-Geral de Administração Interna (DGAI), a coligação PSD/CDS-PP teve 27,74 por cento dos votos, um resultado que José Sócrates classificou como «uma hecatombe» e uma «derrota histórica».
Quanto à vitória do PS, disse que «não é muito expressiva» uma vez que não se situou acima dos 40%. O ex-líder do PS, acrescentou ainda que houve «dois derrotados» nas eleições para o Parlamento Europeu, o Governo e o Bloco de Esquerda.
Também António Costa, numa edição extra da Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, afirmou que «a minha costela indiana dá-me nervos de aço, e não estou em estado de choque». Ainda assim, Costa diz estar preocupado com o facto de a uma derrota histórica da direita, não ter correspondido uma vitória histórica do PS.
O autarca de Lisboa, opositor interno nunca inteiramente assumido de António José Seguro, sublinhou ainda que o resultado do PS na noite de ontem ficou abaixo da vitória que os socialistas conseguiram nas Eleições Autárquicas de dezembro, afirmando mesmo que há um «recuo eleitoral do PS».
Questionado sobre eventuais consequências para a atual liderança do PS, António Costa não alinhou em qualquer leitura definitiva, afirmando apenas que os resultados das Europeias, em particular a eleição de Marinho Pinto e o resultado do LIVRE em Lisboa, devem preocupar o Partido Socialista. Costa considera que a atual direção deve agora analisar esses resultados, e deve «refletir sobre o que fazer para chegar às legislativas em condições de governar» o país.