
Lusa/Nuno Veiga
Sindicato diz que cadeia tem falta de pessoal. Há horas em que três ou apenas dois guardas têm de vigiar os 47 presos. Sócrates trouxe trabalhos extra.
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O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional diz que a detenção de José Sócrates trouxe muito mais trabalho aos guardas do Estabelecimento Prisional de Évora.
A falta de pessoal é antiga, como noutras cadeias, mas as consequências agravaram-se com a chegada do antigo primeiro-ministro.
O delegado sindical, Baião Rocha, conta que, para além dos curiosos a tocar à porta, todas as horas de visita estão agora ocupadas, mesmo durante a semana.
A prisão tem 27 elementos da guarda prisional e, contando as saídas e entradas desde 2007, existe um «défice» de 12 guardas.
Jorge Alves, o presidente do sindicato, acrescenta que são «frequentes» as horas em que apenas três ou mesmo dois guardas têm de vigiar os 47 detidos da prisão de Évora.
Basta que os guardas de serviço, que se dividem por turnos, tenham de acompanhar detidos aos tribunais ou a um hospital. Foi isso que aconteceu, por exemplo, esta semana, depois de agressões dentro da cadeia.
O sindicalista diz ainda que a chegada de Sócrates trouxe mais visitas à prisão de Évora o que trouxe ainda mais trabalho aos «poucos» guardas que existem.
Outro problema tem a ver com a duração das visitas: como os outros detidos, o antigo governante tem direito a uma hora de visita; o problema é que já houve conversas que duraram quase duas horas.
Jorge Alves admite que os relatos que lhe chegam revelam que Sócrates está a ter mais privilégios, nomeadamente nos tempos das visitas, o que leva os guardas a terem «receio de complicações com os outros reclusos a reclamarem as mesmas regalias».