Sócrates: «Salvar a justiça não é o mesmo que salvar a face do Ministério Público»

O ex-primeiro-ministro não tem dúvidas de que o processo em que está envolvido avançou «sem provas e sem fortes indícios de crimes». Em entrevista à SIC, Sócrates faz notar que «todas as fugas ao segredo de justiça têm sido favoráveis à acusação».
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O antigo primeiro-ministro diz que ainda tem esperança que se perceba que «salvar a justiça não é o mesmo que salvar a face do Ministério Público» e lembra que é preciso «ter lucidez e coragem para garantir, neste e em todos os casos, o respeito pelos direitos fundamentais e pelo estado de direito».
Questionado sobre as relações que tinha com o grupo Lena, Sócrates garante que durante o tempo em que exerceu funções governativas não tomou «qualquer iniciativa, diretamente ou através de terceiros, para favorecer as empresas do Grupo». Quanto a Carlos Santos Silva, que trata como «amigo», diz ter com ele uma «relação fraterna pessoal e não profissional».
Nesta entrevista à SIC, Sócrates admite que no último verão, num almoço com Carlos Santos Silva e um dos administradores do Grupo Lena, foi-lhe pedido para que uma empresa do grupo Lena fosse recebida pelo vice-presidente de Angola. Sócrates diz que acedeu ao pedido «por mera simpatia e sem qualquer interesse».
Sobre as fugas ao segredo de justiça e o perigo de perturbação do inquérito, um dos fundamentos invocados para justificar a prisão preventiva, diz que não aceita a confusão entre as respostas que dá e as notas que são noticiadas.