"Sofrimento e dor." Julgamento 10 anos depois da queda de arriba com cinco vítimas
A mãe e a mulher de Vítor Sousa, que devido à queda da arriba ficou com ferimentos graves num pé e viu morrer ao seu lado a namorada à época, testemunharam que ele ainda hoje vive com dores e com um trauma psicológico devido ao acidente.
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O julgamento prossegue esta sexta-feira no Tribunal Administrativo de Loulé. A audição das testemunhas inquiridas no processo que vitimou cinco pessoas, quatro da mesma família, na queda de uma arriba na praia Maria Luísa pretendeu determinar o grau de sofrimento fisico e psicológico das famílias e do sobrevivente.
A mãe e a mulher de Vítor Sousa, que devido à queda da arriba ficou com ferimentos graves num pé e viu morrer ao seu lado a namorada à época, testemunharam que ele ainda hoje vive com dores e com um trauma psicológico devido ao acidente.
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Pedro Proença, o advogado de quatro das vítimas mortais, sublinha que o testemunho do então capitão de porto de Portimão, marcado para 14 de outubro, será crucial. "Este comandante veio dizer que as pessoas estavam à sombra da arriba, o que não é verdade", diz o advogado.
Segundo Pedro Proença, as pessoas encontravam-se a 20 ou 30 metros da arriba, junto à linha de água e, mesmo assim, foram atingidas. O advogado afirma querer combater a ideia de que as pessoas contribuíram para o aumento dos riscos, "o que levou, mal, ao arquivamento do processo-crime".
O que está a decorrer no Tribunal Administrativo de Loulé é um processo cível em que os familiares das vítimas pedem uma indemnização de 911 mil euros.
Os advogados querem provar que não houve negligência por parte das pessoas e que nem existia na praia Maria Luísa, em Albufeira, qualquer aviso para um eventual perigo de desmoronamento da arriba.
O acidente ocorreu em 2009. "É inconcebível que a Justiça demore dez anos a tentar perceber e resolver uma questão que envolve perda de vidas, sofrimento e dor para muita gente", lamenta Pedro Proença.
A audição de testemunhas termina no dia 21 deste mês.