Abriu portas meio ano volvido sobre a Revolução de Abril, mas desde então afirmou-se com reduto da gastronomia minhota de excelência. É um solar com forte tradição, mantida com elevados padrões de qualidade,
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Há restaurantes que construíram, ao longo dos anos, um estatuto tal, que são considerados verdadeiras instituições.
Em Lisboa, junto ao elevador do Lavra, o mais antigo da capital, a subir e a descer desde 1884 e hoje monumento nacional, o Solar dos Presuntos está entre as casas que têm acompanhado a marcha dos anos sem fazer concessões a modas e mantendo um nível elevado. Na cozinha, com acento minhoto, em particular da região de Monção, e no serviço.
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O espaço, remodelado, embora conservando um ar elegante, divide-se por três pisos e cinco salas, com paredes forradas com fotografias de figuras públicas de vários setores.
Agradar ao turista e ao cliente habitual foi um desafio que Evaristo Cardoso superou com mestria, sem baixar o nível da casa, que abriu seis meses após a Revolução de Abril.
A caminho do meio século de existência, agora com o filho Pedro Cardoso de modo mais efetivo no comando das operações, o restaurante lança as bases do futuro: a ampliação da cozinha dos atuais 60 para 600 m2 permitirá a projetada instalação de uma academia.
À mesa, posta a rigor, o dilema da escolha torna-se embaraçoso, perante uma lista extensa e apelativa, com variadas sugestões de mariscos, peixe, no forno ou ao sal, e carne.
Na época, os pratos de lampreia e de sável têm fama, mas o cabrito assado no forno à Monção com batata assada e arroz no forno é outro prato icónico.
Para entreter, presunto de excelente qualidade e corte e queijo curado podem abrir caminho a lampreia de escabeche; maionese de lagosta com gambas ou amêijoas à delícia, com natas e cogumelos.
No capítulo seguinte, os arrozes de lagosta e gambas; de lavagante descascado emparceiram com alguns clássicos do receituário nacional: bacalhau assado; filetes de peixe galo; pataniscas de bacalhau ou petingas, sendo comum o acompanhamento: arroz malandro.
Neste capítulo, destacam-se igualmente pargo assado no forno à portuguesa e linguadinhos fritos com arroz de tomate.
A escolha acabou por recair no arroz de garoupa com gambas, que se apresentou no ponto, caldoso, com os coentros a darem um toque especial. Matéria-prima de qualidade, fresca e saborosa, a deliciar o palato.
Um dos pratos de maior sucesso nos últimos tempos tem sido a chamada garoupa à troika: cozida e acompanhada com um ovo escalfado.
Nos pratos de carne, brilham folhado de perdiz ou de vitela; mimos de porco preto.
Ao longo da semana, há outras propostas com dia certo: à 2.ª feira, bacalhau à Gomes de Sá: na 3.ª há arroz de cabidela; no dia seguinte, cozido; 5.ª é dia de panela, isto é, um tipo de feijoada à transmontana confecionada com os restos do cozido e à 6.ª, arroz de pato.
Na doçaria, a escolha é difícil entre o pão de ló de Monção com doce de ovos; merengue de chocolate e pudim abade de Priscos.
Carta de vinhos de muito bom nível. Serviço profissional e bastante simpático neste restaurante de alma clássica e espírito moderno, onde a qualidade tem um preço. Solar dos Presuntos, em Lisboa.
Onde fica:
Localização: R. Portas de Santo Antão 150, 1150-269 Lisboa
Telef.: 21 342 42 53
GPS:
Latitude: 38º43'07" N
Longitude: 9º08'51" W